O melhor de 2010 – canções

The National 2010

Este é o segundo de três posts sobre o melhor da música em 2010.

Em repeat. Num absolutamente doentio e cansativo repeat. É assim que gosto de ouvir as minhas canções. Quase todas estas passaram por isso este ano. Todas estas músicas estão ligadas a coisas boas e más, a coisas com significado. Estas canções são grande parte do meu 2010.

As minhas dez canções favoritas deste ano:

10 – LCD Soundsystem – “All I Want”

É uma escolha mais ou menos óbvia… mas é-o porque é óptima. A melodia e o riff repetem-se ao longo da canção e James Murphy está em grande, como sempre, pela voz e pelas palavras. É o ponto mais alto de This Is Happening.

9 – Sally Seltmann – “Harmony To My Heartbeat”

Ora aqui está uma surpresa. Primeiro para mim e depois para vocês. Mas quando se ouve uma canção pop tão perfeita, tão bem embalada, é difícil não ficar viciado nela. Foi o que me aconteceu. Este açúcar todo dá cabo de mim.

8 – Laura Marling – “Rambling Man”

Laura Marling tem apenas 20 anos de idade e já faz isto. Não sei o que mais posso dizer. É da melhor folk que já se viu sair do Reino Unido.

7 – Arcade Fire – “Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)”

Os Arcade Fire não são só do rock, também são do electro-pop. Começo mesmo a achar que eles são de tudo. Se a vida suburbana precisa de um retrato fiel, as épicas mountains beyond mountains de “Sprawl II” são quanto baste.

6 – Broken Social Scene – “World Sick”

Havia muitas músicas de Forgiveness Rock Record que poderiam figurar neste top… mas nenhuma capta tão bem a intensidade e a força dos Broken Social Scene como “World Sick”. Além disso, acho que todos conseguimos relacionar-nos com a sensação de ficarmos um pouco world sick de vez em quando.

5 – Titus Andronicus – “A More Perfect Union”

O rock vive. O punk vive. Nunca outra banda ligou tão bem as questões da sua geração à Guerra Civil norte-americana (estou certo de que foram muito poucas as que tentaram). Esta música é um monumento ao bom, grande, gigante rock.

4 – Cee Lo Green – “Fuck You”

Eu disse que era uma das músicas do ano, não disse? É catchy, é funky, é inesquecível. O refrão é simplesmente fenomenal e o desempenho vocal de Cee Lo Green não deixa que os fait-divers se sobreponham à música. Deixem lá os “fucks” e ouçam a canção pelo que é: um dos melhores momentos do ano na pop internacional.

3 – The Tallest Man On Earth – “Kids On The Run”

É uma descoberta recente mas é uma certeza absoluta. A voz de Kristian Matsson é um pouco difícil de aceitar à primeira mas há argumentos que se esgotam facilmente quando encontramos canções como esta. Gosto de pensar – influenciado certamente por um comentário lido num site de letras – que esta música é sobre dois amantes responsáveis por uma espécie de holocausto nuclear. Olhem que é coisa para afectar o sono de uma pessoa. Mas “Kids On The Run” é mais do que isso: é, à falta de melhor, linda.

2 – Belle & Sebastian – “I Didn’t See It Coming”

Esta foi amor à primeira vista. A bateria, o piano, as guitarras, a voz, a melodia, a letra… é tudo simplesmente perfeito. Possivelmente a melhor música que os Belle & Sebastian já lançaram.

1 – The National – “Vanderlyle Crybaby Geeks”

“Vanderlyle Crybaby Geeks” é apenas uma das muitas canções de High Violet que poderiam estar neste top. O piano, as cordas e a guitarra acústica mandam a maior parte do tempo… mas não fazem desaparecer uma incómoda sensação de urgência que contamina o álbum todo. A voz de Matt Berninger surge em tons bem acima dos habituais e isso reflecte-se numa certa ideia de libertação que vive nesta música. O choro, o “tudo foi perdoado”… tudo faz parte desta ideia. E é tudo genial, tudo gigante.

Sem canções de Bon Iver para colocar em primeiro lugar, a escolha foi bem mais difícil este ano. Houve muita coisa boa que ficou de fora e já se sabe como é… amanhã arrependo-me. Mas hoje é isto, meus amigos.