Vou falar (muito brevemente) sobre os Constantines como se Kensington Heights fosse o seu primeiro álbum. Para mim é, que não ouvi nenhum dos outros. Ignorem, portanto, a minha ignorância.
Não é catchy, não é pop, não é moderno. É, isso sim, muito americano, como Bruce Springsteen, a folk e aquelas raízes todas. A espaços, Kensington Heights é rock áspero, como em “Hard Feelings”, a música de abertura. Mas também é a folk campestre e intimista que se ouve (e quase se cheira) em “Time Can Be Overcome” e “The King”, por exemplo.
Guitarras distorcidas, melancolia (ou resignação) e algum desleixo na hora de fazer soar a nota certa fazem deste disco um hino ao “deixa ver como isto sai, que há-de sair bem”. Vai passar ao lado de muito boa gente e é pena.
A tensão de “Shower of Stones”, a urgência de “Brother Run Them Down” ou o crescendo simples de “Do What You Can Do” dizem-nos que o rock não está morto. Está bem que os Constantines às vezes parecem saídos dos anos 70… mas não deixam de fazer sentido. Não planeiam salvar o rock… mas parecem disponíveis para ajudar a mantê-lo nas bocas do mundo. You do what you can do with what you’ve got.