Há umas semanas falei um pouco sobre a experiência. Na altura prometi exemplos meus. Começo por abordar uma das minhas bandas preferidas (como poderão, de resto, comprovar pelo número de vezes que a referi aqui). É o primeiro de três exemplos.
The National
É o caso mais fresco – comecei a ouvi-los em meados do ano passado – e, portanto, uma bela forma de introduzir o assunto. A bipolaridade entre o tom intimista e os berros descontrolados do vocalista Matt Berninger, as letras desconcertantes, as melodias simples mas fenomenais e uma secção rítmica fantástica foram a porta de entrada. Isso, uma voz tão grave quanto possível e “Fake Empire”.
Depois disto, The National é:
– o refrão de “Lit Up” pela primeira vez num banco de autocarro depois de ter ido entrevistar a directora de marketing da Universal Music a propósito do meu trabalho de final de curso;
– “Apartment Story”, “The Geese of Beverly Road”, “Mr. November”, “Lucky You”, “About Today”, “Murder Me Rachel”, “Wasp Nest”, “Daughters of the Soho Riots” e “Mistaken for Strangers” a tocarem repetidamente no iTunes, no iPod Shuffle – depois no Classic – e na aparelhagem;
– Matt Berninger aos berros em cima de umas quantas cadeiras da Aula Magna no final de um concerto em que todas as pessoas sabiam todas as letras;
– dois pares de gémeos em palco;
– um concerto inesquecível em Guimarães (às 22 horas, depois de ter saído de Lisboa às 17);
– o Aaron Dessner a autografar-me o bilhete e a atirar-se a uma amiga minha;
– comprar seis CDs de uma vez na Amazon.
Resumindo, a qualidade intrínseca, o desempenho ao vivo e a atitude deles foram elementos que contribuíram decisivamente para a minha fidelização (tendo em conta o dinheiro que já gastei com eles, acho que posso afirmar com segurança que estou no grupo dos fiéis). A experiência The National, no meu caso, é isto. Se somarmos mais uns casos semelhantes ao meu, a coisa começa a ganhar forma para eles.