As editoras independentes portuguesas fazem pouco marketing. A maioria, quando investe tempo e dinheiro, segue os passos das majors: fazem uns cartazes, põem uns dois ou três anúncios em meios especializados, promovem os artistas junto dos seus contactos na imprensa e pouco mais.
Quando não investem, as editoras limitam-se a enviar discos promocionais aos jornalistas, a enviar comunicados de imprensa e a tentar arranjar entrevistas. Parece razoável, dado que os custos envolvidos neste tipo de promoção são aplicados de forma muito eficaz. Mas há outras formas de optimizar a comunicação com o público-alvo que não pressupõem grandes investimentos. Não é preciso pensar muito para chegar à conclusão de que um site porreiro é uma óptima base.
As subsidiárias portuguesas das majors têm sites manhosos (quando têm site) mas são empresas que gastam muito dinheiro noutras coisas, coitadas. Pois bem, para as editoras mais pequenas, fazer um site simples é barato; fazer um site complexo é uma idiotice (mas acontece muito). Hoje em dia, as pessoas querem simplicidade e usabilidade. Paguem o domínio, o servidor e, se for preciso, paguem 50 euros por um tema para o WordPress (ou encontrem um bom gratuito) e transformem uma plataforma de blogging numa espécie de portal. Um dos temas Revolution será certamente uma boa opção.
Depois é uma questão de alimentar o site com notícias, biografias, vídeos, músicas e outros conteúdos. A questão da alimentação também costuma ser um problema e não permite que as pessoas se aproximem da esfera da editora; sem actualização, não há interesse em manter um site.
Isto parece – e é, estou certo – elementar. Mas a qualidade dos sites de editoras que encontro por aí é francamente má, pelo menos na generalidade. Vejamos alguns exemplos frustrantes de editoras cheias de boa música:
– a Bor Land tem um site muito etéreo… que me ocupa 2/5 do ecrã com coisas muito vagas sobre três dos seus projectos – falta ali informação e, vá, dinamismo;
– a Rastilho fez um facelift ao site, mantendo o ar atabalhoado que a versão anterior já apresentava – conteúdo não lhes falta… mas acho que ainda precisam de trabalhar melhor na organização do mesmo;
– a Popstock, que, tanto quanto sei, não é uma editora mas uma distribuidora, mantém simplesmente um silêncio total desde 2006 – acho que não é preciso dizer muito mais.
Estão tão perto de passar a outro nível, ainda que seja simplesmente no que diz respeito a percepções. Mas não passam dali, mesmo que uma ou outra vá demonstrando muita vontade.
Gostava de ver uns quantos bons exemplos made in Portugal, se os tiverem. Gostava mesmo.