Os Great Lake Swimmers preparam-se para editar um novo álbum no final do mês. Lost Channels é o quarto álbum de originais da banda canadiana e, vá-se lá saber porquê, é o primeiro que me chega em condições aos ouvidos. Já por aí anda.
As doze canções do álbum andam pelos terrenos da folk e da pop de forma suave, quase inofensiva, e sempre de sorriso na cara. Eu tenho uma tendência para o bom gosto. Com isto, não quero dizer que tenho bom gosto (que tenho, mas isso são contas de outro rosário); significa antes que gosto quando as canções são, compostas, interpretadas e produzidas com bom gosto. É o caso dos Great Lake Swimmers.
O som é maioritariamente acústico (mas quase sempre em modo full band), não raras vezes protegido por uma camada de cordas e aquilo que se me afigura como veludo. Ora ouçam lá “Concrete Heart” e vejam se não é verdade.
Além disso, Lost Channels tem steel guitar aqui e ali a arredondar os cantos… o que nunca é mau, sobretudo quando falamos de álbuns de folk, folk rock e afins.
Depois, há músicas que arrasam, como a – pese embora o título – quente e acolhedora “Everything is Moving so Fast” ou a quase alegre “Pulling on a line” e o seu inegavelmente fantástico refrão. Menos alegre (muito menos, agora que penso nisso), “Stealing Tomorrow” é um dos momentos mais bonitos de Lost Channels… e pouco mais há a dizer.
Apesar de ter os seus pontos altos, Lost Channels não tem, em boa verdade, pontos explicitamente baixos. O álbum é todo ele mais ou menos espevitado (mais para menos do que para mais), agradável e… bom. Não esconde segredos nem é um grower – pelo menos, não mais do que um álbum normal. É assim e assim é bom. Foi uma boa surpresa.
Nenhuma das canções deste disco desilude.