O melhor de 2009 – álbuns

dangermousehead

Este é o segundo de dois posts sobre o melhor da música em 2009.

Depois das canções, os álbuns. O ano não foi famoso mas, com esforço, conseguimos sempre encontrar uma ou outra pérola.

10 – Metric – Fantasies

É o primeiro álbum dos Metric que ouço com atenção e a coisa resultou. Pop/rock descomprometida e uma vocalista fantástica fazem com que este seja possivelmente um dos álbuns simples mais completos do ano. Não revolucionou nada mas a qualidade do todo está bem acima da média.

9 – Slaraffenland – We’re On Your Side

Indie rock 101: guitarras, bateria semi-descontrolada, vozes aparentemente despreocupadas e (aqui é que me apanham sempre) instrumentos de sopro. Não conhecia a banda e foi uma bela surpresa. Como podem ver pela posição do álbum nesta lista, de resto. Aconselho seriamente.

8 – The Antlers – Hospice

Desta não estava à espera. Já conhecia In The Attic Of The Universe (antes de ser editado comercialmente, esteve online para download gratuito) e não tinha ficado especialmente impressionado. Mas em Hospice, Peter Silberman esmerou-se e deu um passo de gigante que levou a crítica a reconhecer em The Antlers uns The Arcade Fire cheios de calmantes. O álbum não entra bem à primeira… mas entra.

7 – Dan Deacon – Bromst

Quem passa por aqui habitualmente sabe que eu não sigo habitualmente caminhos musicais muito esquisitos. Sou um tipo da pop, de gostos relativamente simples. Mas Bromst atingiu aqui qualquer coisa. As vozes cheias de hélio, as batidas aceleradas ou o excelente início com “build voice” são apenas alguns motivos para que este álbum me tenha conquistado. E foi um um belo fruto do meu artigo a queixar-me da qualidade da música

6 – Grizzly Bear – Veckatimest

A minha relação com os Grizzly Bear é um pouco estranha. Ouço-os sempre com muito gosto mas os álbuns acabam por me passar ao lado. São muito bons mas normalmente não têm grande impacto em mim. Com Veckatimest, a coisa mudou um pouco e a culpa não é só da espectacular “Two Weeks”, é do ambiente não totalmente sombrio, dos ecos e dos arranjos à big band dos anos 50 caída em desgraça. Algo me diz que não me estou a explicar bem mas pronto.

5 – Tiny Vipers – Life On Earth

“Dreamer” foi parar à lista das melhores canções de 2009 mas não é, felizmente, caso isolado num álbum que passará certamente despercebido a muitos. Life On Earth é um álbum para se ouvir em exclusividade. Não poderia recomendá-lo mais.

4 – Wilco – Wilco (The Album)

Não é um Yankee Hotel Foxtrot – possivelmente mais nenhum álbum dos Wilco chegará a esse patamar. Mas, independentemente deste histórico, este Wilco (The Album) não merece ser ignorado. Os Wilco continuam a ser os melhores, os mais inspirados do seu género e não têm conseguido desiludir-me (não que pareçam estar a tentar). Venha de lá o próximo.

3 – Bill Callahan – Sometimes I Wish We Were An Eagle

Este álbum tem uma das melhores aberturas do ano, com “Jim Cain”. E depois não vem por aí abaixo, como tantos outros. A voz quente e grave de Bill Callahan trata de manter tudo no sítio. O fumo inebriante que descrevi na altura em que ouvi o álbum pela primeira vez mantém-se vivo, bem como a aparente mistura entre folk, soul e jazz que tempera todas as canções. Um álbum obrigatório.

2 – Phoenix – Wolfgang Amadeus Phoenix

Este álbum é um alívio. De toda a pop/rock que me passou pelos ouvidos este ano, não houve nada mais fresco e agradável do que isto. Wolfgang Amadeus Phoenix é a prova de que se pode fazer óptima música da maneira tradicional. Talvez seja um tanto ou quanto reaccionário da minha parte… mas não consigo deixar de ficar contente por ouvir temas como “Armistice” ou “Lisztomania” e ver que ainda há coisas que estão nos sítios certos.

1 – Danger Mouse & Sparklehorse – Dark Was The Night

Eu tinha avisado. Este ano, não era possível fazer melhor que isto. Danger Mouse, Sparklehorse, David Lynch e todos os vocalistas convidados (inclusivamente Vic Chestnutt, que morreu no dia de Natal) fizeram um trabalho fantástico. O ambiente estranho dos filmes de Lynch passou na perfeição para a música e o resultado final é uma coisa esquisita, que varia entre a doçura de uma “The Man Who Played God” e a agressividade de “Angel’s Harp”, passando por tudo o que há para passar no meio disto. “Revenge”, “Jaykub”, “Daddy’s Gone”, “Grain Augury”, “Little Girl”… se os vossos ouvidos ainda não encontraram estas músicas por aí, só posso ter pena de vocês.

Esqueçamos por momento os álbuns que ficaram por ouvir… e que lá para o final de 2010 reconhecerei como sendo bastante superiores a estes que aqui estão. Hoje, são estes.