Uma das minhas formas favoritas de descobrir boa música é por editora. Primeiro, porque é fácil. Quando uma editora pequena lança meia dúzia de discos por ano e gostamos de uma ou duas bandas do catálogo, a probabilidade de gostarmos do resto é relativamente elevada. E é parvo ignorarmos isso e depois andarmos aí ao deus dará a ouvir sabe-se lá o quê.
Depois, porque vai ao encontro da minha ideia romântica de editora de música. Dito isto, apetece-me falar dos Desertshore, um projecto de Phil Carney (ex-Red House Painters) e Chris Connolly, de quem nunca tinha ouvido falar. Numa das minhas visitas ocasionais ao site da Caldo Verde Records, a editora de Mark Kozelek, encontrei-os e decidi ouvir uma das músicas disponíveis. E valeu a pena.
Drawing of Threes é o segundo álbum da banda – o primeiro é instrumental, segundo consta – e parece que as canções foram feitas de propósito para mim (creio que isto poderá aplicar-se a todos os fãs de Red House Painters e Sun Kil Moon). “Diana” e “Randy Quaid”, por exemplo, assemelham-se muito a canções de Mark Kozelek e companhia (ele canta numas quantas canções do álbum, entre as quais estas duas) e isso é uma coisa a que não tenho qualquer intenção de resistir.
Moral da história: mantenham-se a par das novidades das editoras pequenas que vos fazem felizes.