A Associação de Músicos Artistas e Editoras Independentes surgiu em 2012 e parece ter como objetivo arrumar a casa da música independente portuguesa – sobretudo tendo em vista uma melhor divulgação dos seus associados no estrangeiro. A união faz a força, não é?
Quis perceber mais e o Nuno Saraiva, presidente da AMAEI, disponibilizou-se para responder a meia dúzia de questões sobre o que podemos esperar desta nova associação.
Como nasceu a AMAEI?
A AMAEI nasceu da necessidade de termos, em Portugal, à semelhança da grande maioria dos outros países, não só uma associação fonográfica das multinacionais, que é a AFP, mas também uma associação fonográfica das editoras independentes: a Associação de Músicos Artistas e Editoras Independentes é, assim, a versão portuguesa de uma AIM (Reino Unido), CIMA (Canadá), VUT (Alemanha), etc.
Como pode a AMAEI fazer diferença na música portuguesa?
Ajudando a organizar e profissionalizar o setor da música independente em Portugal. Estamos a falar do único setor do mundo da música que está a crescer… Há muito que fazer, pela frente, nos vários grupos de trabalho da AMAEI.
A qualidade do artista ou da banda não chega para chegar a um público estrangeiro numa altura em que o acesso à Internet permite partilhar quase tudo?
Pode chegar ou não. Na grande maioria dos casos não chega, porque a competição também aumentou exponencialmente, certo? Geralmente é a partir das associações de música independente que se organizam export offices para ajudar nessa vertente.
Além do apoio à exportação, quais são os objetivos da AMAEI a nível nacional?
São vários, qualquer questão de interesse para os nossos associados pode ser causa para formação de um novo grupo de trabalho: distribuição, direitos de autor, contratos, fabricos, etc. assim como o programa dos Amigos da AMAEI, que por si só dará origem a várias actividades com certeza. Já temos um excelente “Amigo da AMAEI” para os fabricos de CDs, por exemplo: a BrandIt.
Há algum tema específico a que estejam a dar mais atenção atualmente?
A questão do internacional foi primária, nesta fase de arranque em 2012, pelas oportunidades que foram surgindo; mas estamos agora a apresentar a AMAEI a outras entidades e a elaborar um plano de ação para 2013.
O que podemos esperar da AMAEI relativamente a projetos como o (aparentemente defunto) ACTA, por exemplo?
A AMAEI não partilha, necessariamente, as opiniões do resto da indústria discográfica. Aliás, dentro do nosso leque de associados temos opiniões divergentes acerca de todas as polémicas à volta do direito de autor: protecionismo vs. abertura, etc. Acho que Neelie Kroes fez muito bem, em maio, ao reconhecer os protestos contra o ACTA como uma nova voz política. A AMAEI espera poder contribuir, de forma construtiva e inovadora, em todos estes processos futuros tanto a nível nacional como internacional, através das organizações WIN (World Independent Network) e IMPALA, por exemplo.
Visitem o site da AMAEI para mais informações.