Pablo Honey é, para muitos, uma referência obscura. Para outros tantos, é apenas o primeiro (e o pior) álbum dos Radiohead. Para mim, é o início de uma história de amor. Foi lançado a 22 de fevereiro de 1993. Há 20 anos, portanto.
Cheguei dez anos atrasado mas cheguei. O álbum que catapultou os Radiohead para a fama graças a “Creep” é pouco acarinhado pela maior parte dos fãs e definitivamente pela própria banda. Mas eu cá não vou tão longe.
Gosto de Pablo Honey. Por ser, como disse, o início de uma história de amor – a minha com a música dos Radiohead, há 10 anos atrás. Mas, surpreendentemente ou não, pela música também. É, de facto, o pior álbum que os Radiohead editaram… mas, com uma carreira como a que se conhece, não era difícil.
Tem, arrisco dizer, apenas uma música má: “How Do You?”. Segundo li há uns anos numa biografia qualquer sobre Thom Yorke, parece que nos álbuns seguintes inventaram um jogo: encontrar a “How Do You?”. Não sei se é verdade… mas juro que li isto. E quando o li, senti-me compreendido.
Mas fora esta aberração, canções como “Prove Yourself”, “Stop Whispering”, “You” e “Blow Out” não deveriam envergonhar ninguém, sobretudo tendo em conta a altura em que foram lançadas – uma altura em que o grunge e a britpop ainda dominavam as atenções. “Creep”, fora o (inocente?) plágio a “The Air That I Breathe” dos The Hollies, mereceu de facto a atenção que recebeu. E há umas quantas outras que ficaram escondidas no álbum… e que mereciam ainda mais. Ainda me lembro da quantidade de vezes que ouvi as adolescentes “Thinking About You” e “Vegetable”.
Ainda hoje, se me perguntarem acerca das minhas canções favoritas de Radiohead, há uma de Pablo Honey que surge nos primeiros lugares. Chama-se “Lurgee” e é certamente uma das canções mais simples que a banda lançou. E, tal como outras canções simples dadas ao mundo por Thom Yorke e companhia, é muito, muito bonita e muito, muito boa.
Hoje é dia de ouvir Pablo Honey de uma ponta à outra. Vai saber bem.