O problema do Optimus Primavera Sound

Optimus Primavera Sound 2014 - cartaz

O cartaz do Optimus Primavera Sound 2014 foi anunciado há alguns dias e inclui nomes como The National, Neutral Milk Hotel, Pixies, Mogwai, Slowdive, Godspeed You! Black Emperor, Kendrick Lamar, Spoon, Television e Haim, entre muitos outros. Mas há um pequeno problema.

O problema do Optimus Primavera Sound é fácil de identificar: gestão de expectativas. Como sabem, o festival, que decorre este ano entre 5 e 7 de junho no Parque da Cidade, no Porto, tem um irmão mais velho em Barcelona, o Primavera Sound original. O espírito por trás da organização destes dois belos festivais tem uma característica muito particular: a maior parte dos nomes que estão no cartaz vão aos dois festivais. Até aqui nada de errado, certo?

O problema é que, logo quando a organização deu a conhecer o cartaz da edição catalã, ficámos a perceber que pelo menos dois cabeças de cartaz iriam estar ausentes no Porto. Refiro-me aos Arcade Fire e aos Queens Of The Stone Age, já confirmados para o Rock In Rio.

Como os nomes são quase, quase todos partilhados e a prioridade vai toda para edição de Barcelona (o que é compreensível), o que é que acontece quando faltam cabeças de cartaz?

Nada.

Além dos Arcade Fire e dos Queens Of The Stone Age, faltarão à chamada os Nine Inch Nails, os Volcano Choir, os Deafheaven, os Majical Cloudz, The Mark Eitzel Ordeal e Sharon Van Etten, entre outros.

Há 50 artistas confirmados para o Optimus Primavera Sound e há muitos nomes bons entre eles. Mas acenaram-me com aqueles todos do parágrafo anterior… e não só não mos deram como não arranjaram substitutos.

É o que tem acontecido em todas as edições mas este ano é, provavelmente, o caso mais gritante, sobretudo porque uma parte significativa dos cabeças de cartaz de Barcelona estará ausente da edição portuguesa do festival.

Posto isto, se as edições anteriores já foram assim, porque é que ainda existe um problema de expectativas? Porque não há um padrão. A sensação, antes do anúncio do cartaz português, é a de que é como uma lotaria. Podemos ter muita sorte… e podemos não ter sorte nenhuma. A julgar pelas últimas duas edições, pronto, o meio termo fica-nos bem.

Se tudo correr bem, voltarei ao Parque da Cidade este ano. E voltarei a ser muito feliz durante aqueles três dias. Com este cartaz, não é difícil – mas podia ser ainda mais fácil, certo?