Um início de ano cheio de boas compras

Dos últimos dez anos, 2014 deve ter sido aquele em que menos dinheiro gastei em discos. Gastei noutras coisas, diminuí despesas e encolhi-me com a crise – viva Portugal, certo?

Mas está na altura de fazer como a economia e recuperar um bocadinho o andamento em 2015. E comecei bem. Em janeiro, porque tinha um must-have para comprar e a CDGO.com para experimentar, e em fevereiro porque passei um fim de semana em Londres, o que se reflete sempre numa romaria a três ou quatro lojas de discos da cidade.

Decidi que quero comprar mais vinil e menos CDs este ano mas ainda tenho alguma dificuldade em encontrar as coisas que quero em vinil a um preço que me agrade. Ainda assim, quando chegou a altura de escolher entre CD e vinil a propósito de Club Meds, de Dan Mangan + Blacksmith, optei pela segunda hipótese. Aproveitei que estava a experimentar a CDGO.com (nunca tinha comprado nada através do site, acreditam?) ia gastar dinheiro em portes e mandei vir também aquela coisa maravilhosa chamada Extra Painful, a maravilhosa reedição de Painful, uma das obras-primas dos Yo La Tengo. Todas as desculpas são boas para pôr “I Heard You Looking” a tocar, sobretudo no gira-discos.

Pensava que o meu janeiro musical tinha acabado mas acabei por ter uma despesa de última hora – Live At Biko, de Mark Kozelek, uma compra obrigatória para um viciado em todas as coisas kozelekianas como eu. E sim, tinha de ser logo porque… bem, não há razão.

Já em fevereiro, na viagem-relâmpago a Londres, uma visita frustrante às costumeiras Sister Ray e Reckless Records no Soho produziu apenas uma pechincha chamada Our Endless Numbered Days, de Iron & Wine (menos de 5 euros é pechincha, certo?), e dois álbuns dos Fleet Foxes.

Pensava que o assunto estava terminado mas no dia seguinte, a caminho de Brick Lane, encontrei outra Sister Ray em Shoreditch que só tinha vinil e cuja existência desconhecia. A frustração do dia anterior transformou-se em algo radicalmente diferente depois de encontrar Pop Is Dead, dos Radiohead. Sabem como a mesa chora pão? A minha coleção chorava Pop Is Dead.

E já que ia a Brick Lane, passei pela Rough Trade e arranquei de lá mais dois CDs – Elliott Smith Either/Or, dois álbuns que deveriam estar em todas as coleções de música do mundo.

Portanto, foram dois bons meses mas é para continuar. Venha de lá março.