Há uns anos, escrevi sobre como os artistas e as editoras devem investir no álbum para o manter como um formato apetecível para os que ainda compram música em formato físico. No fundo, a ideia é: tendo em conta que há cada vez menos pessoas a comprar discos, tentem agarrar os poucos que ainda não desistiram de o fazer.
Como?
Com boas edições. Pensem no que faz uma Folio Society com os livros e apliquem-no à edição discográfica.
Até poderia argumentar-se que o número de pessoas que compra música em formato físico não justifica o desenvolvimento de edições especiais, já que o custo destas será tendencialmente superior, tanto para quem as produz como para os fãs.
Mas olhem para a edição limitada em vinil de Forgiveness Rock Record, dos Broken Social Scene, e digam-me que não tenho razão. Quem ainda compra música em formato físico, é tendencialmente um fetichista. E haverá melhor forma de apontar a este tipo de consumidor do que com uma edição limitada a mil cópias (numeradas, claro) de uma caixa com sete discos de dez polegadas, cada um com a sua cor, e uma embalagem premium? Para um fetichista com algum dinheiro para gastar, não me parece.
Quanto a mim, gastei bem mais do que devia e podia (e, já agora, do que a edição valia) por ter cometido um erro de principiante na compra – não verifiquei a origem. O álbum foi enviado dos Estados Unidos para Portugal e já ia pagar muito de portes de envio mas não me livrei de pagar uma taxa alfandegária que empurrou o preço total quase para o triplo do que o que a edição vale. Não tenciono vender o álbum mas se algum dia quisesse fazê-lo, não creio que conseguisse sequer recuperar o dinheiro.
Mas são os Broken Social Scene, uma das minhas bandas favoritas. E esta edição do álbum pertencia à minha coleção, é simples.