Duas novas canções de Bon Iver que precisam urgentemente de ser ouvidas.
Isto é inexplicável. Os Bon Iver deram um concerto, tocaram duas músicas novas e… são ambas incrivelmente boas. Mas o que raio tem a água para aqueles lados? Tudo o que Justin Vernon faz com os Bon Iver parece saído de uma espécie de Olimpo musical.
Mas deixem-me dar alguns passos atrás. Porque é que houve um concerto de Bon Iver, se a banda está a modos que parada? Por causa de um festival chamado Eaux Claires, que se realizou em Eau Claire, no estado norte-americano do Wisconsin. Justin Vernon e Aaron Dessner (dos The National) criaram o festival de raiz para ser uma alternativa ao circuito tradicional dos festivais americanos… e, a julgar pelos relatos, fizeram um belo trabalho.
Bon Iver, The National, Low, Sufjan Stevens, Indigo Girls, The Staves (que tocaram na primeira parte dos Bon Iver na última vez que a banda passou por Portugal) e mais uns quantos nomes do círculo íntimo de Vernon e Dessner deram mais do que conta do recado mas o grande destaque foi mesmo o concerto da banda que nos trouxe pérolas como “Skinny Love”, “Holocene”, “Beth/Rest” e, claro, “re: Stacks”.
Com muita pena minha, não estive lá, portanto nem vale a pena falar do concerto em si. E não é disso que quero falar.
No ano passado, quando apareceu “Heavenly Father”, pus-me a pensar se estaria a ser razoável ao achar que o que me chegava aos ouvidos era das melhores coisas que Justin Vernon já tinha feito. E não posso dizer-vos que mudei de opinião… porque não mudei. Continuo a achar “Heavenly Father” um portento e continuo perfeitamente convicto de que merece totalmente o lugar no topo da lista das melhores canções de 2014.
Estarei estragado? Talvez, não sei. Talvez seja uma questão de alinhamento dos astros e a música que os Bon Iver querem fazer é exatamente a que eu quero ouvir. Quão espetacular seria isto? Mas o mais provável é eu estar totalmente toldado por uma espécie de síndrome de abstinência por não haver um álbum novo de Bon Iver desde Bon Iver, Bon Iver, a obra-prima que a banda deixou cair do céu em 2011.
A verdade é que isto começou com For Emma, Forever Ago, o primeiro álbum, e simplesmente não diminui. E já lá vão sete anos desde que “Flume” me chegou aos ouvidos.
Mas que se dane. Não há nomes, não há álbum à vista, não há nada senão duas novas canções de Bon Iver que precisam urgentemente de ser ouvidas por vocês. E por mim mais umas quantas vezes, claro.