O melhor de 2008 – álbuns

tvotr08

Este é o terceiro de três posts sobre o melhor da música em 2008.

Os álbuns – quer estejam ou não a dar as últimas como formato-padrão para a música – continuam a ser a atracção principal de todas as listas de final de ano que por aí andam. E aqui não encontrarão a excepção.

Foi um bom ano. Em comparação com 2007, faltaram Radiohead, Kevin Drew, The National, Modest Mouse, The Arcade Fire e LCD Soundsystem. Sim, no topo, 2008 não foi melhor que o ano anterior. No entanto, na generalidade, a música feita este ano foi melhor: muitos álbuns bons, poucas desilusões.

“Eu sou eu e a minha circunstância” é uma frase famosa do filósofo José Ortega y Gasset. De igual forma, a minha escolha dos melhores discos de 2008 é influenciada por muitas coisas. Assim, hoje, estes são os meus dez álbuns do ano:

10 – Með Suð í Eyrum Við Spilum Endalaust, Sigur Rós

Não está ao nível dos três álbuns anteriores da banda mas está acima da média para o comum dos mortais. Continuam a ser uma das melhores bandas do mundo.

9 – April, Sun Kil Moon

Chegou-me tarde e a más horas via Last.fm. Um tipo que ouve tanto Red House Painters e não conhece Sun Kil Moon anda demasiado distraído. E o álbum é como seria um dos Red House Painters se Mark Kozelek ainda editasse sob esse nome: muito bom.

8 – Oracular Spectacular, MGMT

A mistura entre pop/rock e electrónica é coisa que nem sempre me cai bem mas os MGMT são uma excepção. É que são quase sempre pop da boa e isso começa a ser raro. Os singles são gigantes. O resto do álbum não desilude.

7 – Microcastle, Deerhunter

Aqui está mais um com que só choquei no final do ano. Chegou a tempo de entrar para o grupo dos melhores álbuns do ano… portanto não há problema. É indie rock que vai desde a abordagem pop ao pós-rock em segundos. Nada de novo. Bom, de qualquer forma.

6 – Midnight Boom, The Kills

Irreverência e riffs agressivos q.b. fazem deste álbum um dos melhores do ano. Encontrarão algumas das melhores músicas pop do ano. Quero com isto dizer que, se não o ouviram, deviam fazê-lo rapidamente (mas pode ser em 2009, não se preocupem).

5 – Kensington Heights, Constantines

Acho que surpreendo com estes aqui. Continuo a querer vê-los ao vivo. Continuo a achar que este álbum é das melhores obras rock lançadas em 2008. Daí que aqui esteja.

4 – Changing of the Seasons, Ane Brun

Disse há uns tempos que este era um dos melhores álbuns do ano e continuo a achá-lo. Isto é folk delicada e doce, coisa de menina. E um dos discos mais bonitos de 2008.

3 – For Emma, Forever Ago, Bon Iver

Bon Iver tinha de estar no pódio. O álbum é um hino ao bom gosto e uma estreia muito especial. Músicas como “Skinny Love”, “Flume” ou “Re: Stacks” são excelentes motivos para recordar 2008. A belíssima folk de guitarra e voz ao centro de For Emma, Forever Ago é algo a que já me habituei. É um álbum reconfortante, quente, excelente.

2 – Volume One, She & Him

Zooey Deschanel é uma das revelações do ano. M. Ward nem por isso, que já por aí anda a fazer boa música há muito tempo. Os dois juntos fizeram um dos álbuns do ano. Pop/rock simples e sem segredos, Volume One é um disco coeso, muito bem produzido e divertidíssimo.

1 – Dear Science, TV On The Radio

Quando Dear Science saiu, não esperava considerá-lo o meu álbum favorito de 2008. É que, apesar de gostar do aclamado Return to the Cookie Mountain, não caí propriamente naquela adoração disparatada e generalizada que se gerou na altura. Mas Dear Science é diferente: é mais pop, mais imediato, mais bem produzido e, no geral, melhor. A mistura entre pop, rock, funk, electrónica e sabe-se lá mais o quê podia ser demasiado complexa… mas não: é simples, é fantástica. Dear Science é, desde o início prometedor de “Halfway Home” ao final cheio de festa e sexo de “Lover’s Day”, um monstro musical.

Há certamente demasiados álbuns editados este ano que deixei de ouvir por este ou aquele motivo. Agora, no entanto, são estes dez que aqui estão. E ninguém quer conhecer o meu top de 2008 em meados de 2010.