Os dEUS passaram pela Aula Magna, em Lisboa, na noite passada e eu fui lá vê-los. Conhecendo (muito mal) apenas dois álbuns – The Ideal Crash, de 1999, e Pocket Revolution, de 2005 -, não sou de todo a pessoa mais adequada para avaliar o que quer que seja do concerto. Mas vou fazê-lo à mesma.
Com mais de um terço dos temas retirado de Keep You Close, este foi claramente um concerto dedicado à apresentação do mais recente álbum da banda belga. Ainda assim, as canções mais bem recebidas pelo público que encheu a sala foram as outras, as que se espalham por mais de 16 anos de carreira. Mas ninguém esperaria o contrário, claro.
O som da Aula Magna trata muito mal quem fica sentado (sendo que, “sentado” aqui é apenas uma força de expressão) mais distante do palco, o que prejudicou um bocadinho a minha experiência. Mas ficou mais que claro que os dEUS são uma banda gigante ao vivo. Valham-nos as guitarras!
Falha alguma coisa? Falha, claro. As músicas mais calmas não deixam sacudir a tensão que as outras acumulam, o que faz com que saibam a pouco, por mais aceitáveis ou giras que sejam per si. Neste caso, refiro-me à velhinha “Nothing Really Ends” e a “The End of Romance”.
Mas quando podemos ouvir num mesmo concerto canções tão grandiosas como “Instant Street” – que merecia ser empurrada lá mais para o final, onde estão as outras todas -, “Bad Timing”, “Suds & Soda” e “Sun Ra”, é virtualmente impossível sair da sala insatisfeito.
E agora vou ali ouvir os álbuns.