O Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa prepara-se para lançar a segunda edição da sua pós-graduação em Marketing Musical, dois anos depois da primeira.
Podem inscrever-se nesta pós-graduação criada especificamente para profissionais da indústria musical e recém-licenciados com aspirações a tal até 30 de setembro. Vale os 2 mil euros que custa? Não faço ideia.
Eu e o mundo académico temos uma relação relativamente pacífica. O conhecimento e as ferramentas que adquiri na faculdade (aquela ali em cima, exatamente) têm sido muito úteis a nível pessoal e profissional desde que comecei a trabalhar, disso não tenho dúvidas. Percebo as pessoas que dizem que a faculdade não prepara as pessoas para o mundo do trabalho e todas essas coisas mas considero honestamente que é uma visão redutora do que é e deve ser o ensino superior.
De qualquer forma, confesso que não consigo compreender na totalidade porque é que encontramos no plano curricular temas tão genéricos como “Webdesign” ou “Práticas de Comunicação”, que nem sei muito bem o que é, para ser sincero. Percebo, ainda assim, que os direitos de autor, o comércio em ambiente digital e os públicos-alvo sejam temas interessantes e importantes de discutir no âmbito de uma pós-graduação em Marketing Musical. Mas tudo depende dos próprios docentes, do plano para cada uma das cadeiras, etc. Portanto, até tenho boa vontade relativamente a isto (é um curso do ISCSP e conheço alguns professores)… mas confesso que torço um pouco o nariz a algumas das cadeiras escolhidas (e alguns dos professores também, já agora). Mas o que sei eu?
Tudo isto terá o seu valor para pessoas que já trabalhem na área. Para recém-licenciados, no entanto, duvido – pelo menos, em termos práticos.
É uma pós-graduação única… mas há um motivo para o ser: a sua especificidade. Além disso, ninguém está a contar arranjar emprego à conta de uma pós-graduação em Marketing Musical, certo? Certo. Aliás, nos dias que correm, nem Marketing Musical nem outra coisa qualquer, diga-se.
Mas se gostam do tema (o que há para não gostar?) e têm algum tempo (e dinheiro), pode ser que valha a pena inscreverem-se.