A HMV está à beira de falir. A conhecida cadeia britânica de lojas de entretenimento está a partir de hoje em administração de insolvência – administração essa que deverá ficar a cargo da Deloitte.
Numa área como esta, tão dependente das vendas do Natal para atingir os objetivos anuais, 2012 já teria sido um ano complicado. Para um grupo que tem surgido recorrentemente nas notícias por estar em maus lençóis, um mau Natal significa a estocada final.
Ainda é cedo para percebermos o que significa isto para o mercado da música. Porque falhou, afinal, a HMV? Não sei, honestamente. A importância da Internet na distribuição (autorizada e não autorizada) de conteúdos de entretenimento parece encaminhar-nos para a resposta óbvia.
Mas será mesmo assim? Quer dizer, a resposta passa por aí, mesmo que apenas parcialmente. Apetece-me perguntar: porque é que negócios mais frágeis, pequenos e desprotegidos se mantêm nas mesmas áreas? Porque é que a HMV, um dos principais retalhistas de música do Reino Unido e da Irlanda (tanto para majors como para editoras independentes), não se safa e lojas de bairro que não interessam a muita gente lá se vão aguentando? Há uns anos era ao contrário, certo?
Bem, estou a embrutecer um bocado os argumentos… mas existe alguma lógica nestas questões. Se a HMV é importante para majors e independentes, é porque representa uma grande fatia das vendas dessas empresas. Sendo assim, porque é que não se aguenta (sobretudo tendo em conta que fechou imensas lojas nos últimos anos e vendeu a Waterstone’s)?
Mas mais importante do que isto é o que vem a seguir: onde é que vamos comprar música em formato físico (enquanto existir)? Na Amazon, só? Em lojas pequenas? Em hipermercados? O que acham?