Este é o primeiro de três posts sobre o melhor da música em 2012.
Estou a ficar velho. Vi poucas coisas novas ao vivo este ano… e as que vi, salvo raras exceções, não me deixaram maravilhado. Mas o que é música nova, quando nunca vimos em concerto uma banda com 20 anos de carreira antes?
De qualquer forma, esta lista de melhores concertos é a de um fanático por música, claro, mas também cada vez mais um conservador assumido. Ainda assim, ficam de fora alguns dos melhores concertos que vi nos últimos anos: Wilco, Mercury Rev, Yo La Tengo e M83 no Primavera Sound e Bruce Springsteen no Rock In Rio, por exemplo.
Os melhores concertos que vi em 2012:
5 – Low no Festival Para Gente Sentada, em Santa Maria da Feira (24 de março)
A minha viagem solitária a Santa Maria da Feira não saiu especialmente barata mas o concerto compensou tanto que nem me lembro dessa parte. A primeira fila foi definitivamente o lugar certo para assistir ao que aconteceu naquela noite: “Sunflower”, “Murderer”, “Violent Past”, “Try to Sleep”, “Monkey” e “Nothing But Heart”, entre muitas outras. Simplesmente inesquecível.
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4 – Jeff Mangum no Optimus Primavera Sound, no Porto (10 de junho)
Expectativas mais que superadas com este concerto gigante de Jeff Mangum, a voz e a mente dos Neutral Milk Hotel. Depois de duas horas numa fila à chuva para resgatar um bilhete para este concerto na Casa da Música, a coisa corria o risco de se transformar num flop, sobretudo tendo em conta o facto de andar completamente viciado em In The Aeroplane Over The Sea. Mas não. Foi perfeito. E terminou com a maravilhosa “Two-Headed Boy”, portanto…
3 – The Flaming Lips no Optimus Primavera Sound, no Porto (8 de junho)
Medo, muito medo. Quem tiver ouvido alguns dos últimos discos dos The Flaming Lips, sabe que eles andam bastante mais experimentais do que andavam no virar do milénio. Ao vivo, no entanto, não há nada a dizer: são gigantes. Wayne Coyne a andar por cima do público numa bolha gigante? Claro. Mãos gigantes com raios laser e uma bola de espelhos? Porque não? Juntem-lhe confetis, grandes músicas como “Do You Realize??” e “Race For The Prize” e ninguém me tira o sorriso da cara nas semanas seguintes.
2 – Bon Iver no Coliseu de Lisboa (24 de julho)
Depois de ter visto os Bon Iver em Paris em 2011, tinha apenas dois receios: que não fosse tão bom e que não tocassem (outra vez) “Re: Stacks”. Pois que os receios não se confirmaram e Justin Vernon e companhia nos deram um dos melhores concertos que Lisboa já viu. (Em boa verdade, deram-nos dois, já que voltaram apenas três meses depois para mais um grande concerto.)
1 – Radiohead no Optimus Alive, em Lisboa (15 de julho)
As sete horas que passei em pé lá à frente à espera não são nada comparadas com as duas horas de música maravilhosa que os Radiohead nos ofereceram. De fora, ficaram alguns grandes êxitos da banda, como “Karma Police” e “Fake Plastic Trees”… mas isso já se esperava. A verdadeira surpresa foi ver como as músicas de The King of Limbs resultam tão bem ao vivo. “Bloom”, “Give Up The Ghost”, “Lotus Flower”… enfim. Um concerto gigante como este só poderia ser o melhor do ano.