A indústria discográfica cresceu 0,3% em 2012. Não é muito, é verdade, mas este valor representa o melhor resultado registado pela IFPI desde 1998 (a última vez que a indústria registou qualquer espécie de crescimento foi em 1999).
Poderá isto significar que a indústria está em recuperação? A julgar pelos números dos últimos anos no mercado digital, tudo indica que sim. Mas é cedo e o crescimento é pouco expressivo, portanto vamos ver o que os próximos anos nos trazem.
Os números de 2012 devem-se em grande parte ao streaming, mas que está finalmente a levantar voo – o mercado cresceu 44% -, mas também aos downloads pagos, que continuam a crescer a bom ritmo (12%) e representam 70% do total do negócio digital.
Mas as vendas de música em formato físico deverão continuar a cair e o digital ainda só representa 4,3 mil milhões de euros, pouco mais de um terço do total. O desafio para a indústria é converter os que compram discos em consumidores de conteúdos digitais pagos quando chegar a altura certa. Isto já para não falar dos que não pagam de todo.
A indústria discográfica precisa também de continuar a apostar no licenciamento – o de larga escala para plataformas como o YouTube ou o Spotify mas também os casos cirúrgicos (uns mais nobres do que outros) para filmes, séries, videojogos e anúncios televisivos, que representam um forte contributo para os esforços de marketing de determinado artista ou disco.
Se a indústria se focar na inovação e no desenvolvimento de produtos e serviços que acrescentem algo à vida das pessoas e à relação que têm com a música, o futuro promete ser interessante. Mas é preciso que a ameaça sobre os direitos das pessoas deixe de pairar por aí, tanto do lado de cá como do lado de lá do Atlântico – e não parece que isso esteja para breve. Vamos ver.