O CMO da Central Musical leu o meu artigo e não gostou

Sérgio Gonçalves, CMO da Central Musical, encontrou o meu post sobre o texto dele na Marketeer de Julho e teceu alguns comentários:

Caro Filipe,

Sim, as editoras estão a adoptar o MP3 como standard. Não é preciso ser muito informado para comprovar o facto.

O que é banal para si não é para a esmagadora maioria das pessoas. O artigo não é escrito para um “especialista”.

Fico contente que, pelo meno agora, já conheça a Central Musical.

Quais são os erros “inadmissíveis” e os lugares comuns?

A Central Musical tenta ser uma solução. Pode não acreditar que o merchandising e os concertos sejam saída para artistas. Que isso seja “inventar a roda” é que não se percebe. Giro é afirmar que vai a concertos e compra umas t-shits de bandas..

Gostava também de perceber o seu curriculum na industria musical. Pode ser que tenhamos muito a aprender com a sua experiência.

Obrigado pelo comentário,

Sérgio

1. O Sérgio parece não perceber que não se pode adoptar o MP3 em detrimento do DRM. Digital Rights Management é o nome dado ao conjunto das tecnologias de controlo de acesso, cópia e conversão que habitualmente encontramos em alguma da música que compramos. MP3 é um formato de áudio digital comprimido. Aqui há duas questões: uma de Português e outra de perspectivas. A de Português impede-me de compreender que um conjunto de tecnologias seja substituído por um formato. A de perspectivas, diz-me que o MP3 está longe de ser um padrão nos downloads. Mas espero que a tendência seja essa, isso sim.

2. Quanto ao merchandising e aos concertos, concordo perfeitamente. Não acho é que seja novidade nenhuma; desde há muito tempo que assim é para a maior parte dos artistas. Depois o Sérgio faz algumas confusões: eu ironizei sobre os concertos no site serem a melhor invenção desde a roda, e não em “inventar a roda”. A verdade é que a transmissão de concertos em sites está longe de ser revolucionária. A roda, por outro lado, foi uma das melhores invenções de sempre. Já tem uns milhares de anos mas ainda é relativamente útil.

3. O Sérgio teve presença de espírito para se informar sobre mim antes de comentar, dizendo que compro t-shirts e vou a concertos. É bem verdade. Mas depois escreve ironicamente sobre o meu currículo na indústria musical, que não existe, como poderão comprovar se explorarem um pouco melhor. Não sou “especialista” (vamos manter as aspas, está bem?); sou, isso sim, um tipo que gosta de música e que partilha opiniões sobre a indústria, o marketing, a utilização da Web e as tendências de uma área que tem mudado muito nos últimos anos.

Deixem-me esclarecer uma coisa: não tenho nada contra o negócio da Central Musical. Achei o texto da Marketeer fraquinho e a minha posterior visita ao site não me deixou minimamente entusiasmado com o serviço prometido. Só isso.

É que eu sou mais de ir a concertos e comprar t-shirts.