Esqueçam a publicidade online à moda antiga. Os banners foram à vida; ninguém quer saber deles, por mais intrusivos e giros que sejam. Sim, se os estão a pôr na janela do Windows Live Messenger, ninguém quer saber, por mais tempo que todos passem a olhar para os vossos anúncios contra a própria vontade. Por isso, se por presença na Web entendem publicidade online, estão – como hei-de dizer? – errados. A presença online é uma espécie de meet and greet constante – só que sem todo aquele desconforto (pelo menos passado algum tempo). É estar frente a frente, conversar, ser uma pessoa normal. Bem sei – por experiência própria, como é óbvio – que o estrelato nos afasta das nossas raízes… mas também pode ser a desculpa perfeita para nos fazer regressar.
Ainda não explorámos muito o assunto… mas vou partir imediatamente para um exemplo. Precisam os Xutos & Pontapés dos social media? Depende. Estão contentes com o estado das coisas? Então pronto, não precisam. Assim como assim, enquanto houver quem queira ir aos concertos deles, não precisam de vender muitos discos. E há sempre quem queira ir aos concertos deles, sobretudo os que já os ouvem há vinte ou trinta anos. Um dia destes, vi um senhor do marketing da Optimus a dizer que, segundo um estudo de mercado, os Xutos & Pontapés são os favoritos de uma quantidade absurda de jovens dos 11 aos 19 anos, à frente de nomes internacionais e assim. Claro que a palavra a reter aqui disto é “absurda”, se é que me percebem. Continuando, estivessem o Zé Pedro mais virado para os blogs, o Tim dedicado à partilha de fotografia ou o Kalu de câmara na mão constantemente para pôr vídeos no YouTube, chegavam um bocadinho mais longe do que chegam actualmente. Independentemente dos méritos musicais da banda, é o que acho.
Abandono aqui o primeiro exemplo e parto para os social media propriamente ditos. Quais são os mais importantes para o sector da música actualmente? YouTube, Facebook, MySpace, Last.fm, Twitter e a blogosfera. Há outros mas, se precisarem de escolher ao início, recomendo às estrelas rock que comecem por estes.
Nenhum dos serviços referidos substitui o site mas, porra, são estrelas de rock. Assume-se que têm um site… e que o site é fraquinho. Mas deixo esta conversa para um outro dia.
Agora, porquê aqueles quatro específicos mais o genérico? Bem, porque o YouTube é um dos sites mais conhecidos e visitados de toda a Internet. Porque o Facebook é a rede social mais interessante, mais completa, com mais perfis e com maior potencial. Porque o MySpace ainda é uma espécie de feira da ladra da música. Porque o Last.fm tem tudo a ver com música e nenhum músico faz real uso do serviço. Porque o Twitter é a nova vedeta da Web. E, finalmente, porque o blog é um dos formatos de publicação mais completos da História e a blogosfera um dos fenómenos sociais mais interessantes das últimas décadas. É bom que as estrelas de rock estejam envolvidas.
Nada disto faz sentido de forma isolada. Por mais intensa que seja a participação no Last.fm, não representa nada se não for acompanhada pelo resto. E mesmo aí, é bom que não venham com mensagens ensaiadas e afins… porque vai tudo corrido à virtual paulada.