Acho que o pós-rock nunca esteve na moda. Sim, os Mogwai tornaram a coisa consumível. Sim, há por aí muito boas bandas que fazem do pós-rock habitat natural. Mas alguma vez esteve na moda? Não.
Mas… who cares? Não passo o meu dia a ouvir longos crescendos de guitarras distorcidas e a pensar em paisagens etéreas, é verdade, mas uma das melhores coisas de ouvir boa música, seja qual for o género, é voltar a ela de vez em quando. A minha relação com o pós-rock é assim.
É por isso que me apraz, numa altura tão prolífica para a música portuguesa, que apareçam bandas como os MINIMUS. É sinal de que a cena musical não está só a florescer naquele campo que mistura o pop/rock com as raízes portuguesas… mas também para outros lados. É sinal de que há por aí gente mais cuidadosa, mais paciente, mais interessada em fazer boa música, independentemente dos rótulos e das modas. É aqui que entra a vantagem do pós-rock: nunca está na moda. Mas disperso-me.
Voltando aos MINIMUS: a julgar pelo primeiro single, nunca vão ter sucesso cá, os desgraçados, mas vão fazer música muito boa. Eu sei que não põe comida na mesa e tal… mas, para mim, isso chega e sobra.
“Inflatable Pigs Singing” é “a primeira música gravada decentemente” que esta banda de Oliveira de Azeméis dá a conhecer. E é um início auspicioso.
Lento e crescente, como se quer, este tema torna urgente a edição de um EP. Segundo o guitarrista Rui Martins, teremos novidades no Verão. Portanto, vá, toca a despachar.