Strand of Oaks, o projeto de Timothy Showalter que acabou 2014 com um álbum no pódio dos melhores do ano do Ouve–se, continua a rodar bastante por aqui – e muito graças à fantástica “JM”.
Parte disso tem a ver com ter ouvido o álbum já só no final do ano (apesar de até gostar relativamente de Strand of Oaks, leia-se. Mas, independentemente disso, para tipos da música deprimente como eu (curiosamente, podem encontrar outra canção de Strand of Oaks na ligação anterior), uma canção como esta não pode senão ser ouvida em repeat até à exaustão.
A música é linda e as guitarras querem-se assim, de som distorcido e intestinos à mostra. A voz meio lamentada dá-nos, verso sim, verso não, a frase mais importante da música: “I had your sweet tunes to play”. Pode ler-se neste verso uma homenagem a toda a música que faz das nossas vidas algo maravilhoso, melhor ou simplesmente mais suportável, a todos os artistas que nos acompanham, a todas as palavras de incentivo que nos chegaram na altura certa.
Pode ser quase uma espécie de agradecimento a todos eles mas é, na intenção de Timothy Showalter, uma homenagem póstuma um pouco mais específica: a Jason Molina (o “JM” do título), a força motriz de dos maravilhosos projetos Songs: Ohia e de Magnolia Electric Co, que morreu em março de 2013 por problemas de saúde relacionados com alcoolismo.
Depois de toda a música cheia de dor e perfeição que fez, Jason Molina continua a conseguir dar origem, ainda que indiretamente, a algo como esta “JM”.
Merece todos os agradecimentos, todas as homenagens e todas as audições que possam dar-lhe. E esta homenagem de Strand of Oaks é, de facto, excecional.