Os Linda Martini são velhos conhecidos. São definitivamente a banda que mais vezes vi ao vivo – umas oito vezes, creio eu – e uma das que, em Portugal, mais tenho gostado de ouvir desde que apareceram com a sua promo-tornada-EP Linda Martini em 2005.
Afastei-me um pouco deles após o lançamento de Casa Ocupada mas, em boa verdade, era um movimento que já estava em curso desde Marsupial. Não creio que seja problema deles, sinceramente – tem sobretudo a ver comigo. “Este mar” e “Dá-me a tua melhor faca”, por exemplo, são das minhas músicas favoritas deles. “Cem metros sereia”, por outro lado, resulta muito bem ao vivo mas, musicalmente, não me diz muito. E é este o caminho que têm seguido, o da urgência adolescente cheia de sangue na guelra. Nada contra, que até gosto, mas coisas que queimam devagar são melhor alimento para mim do que explosões de três, quatro, cinco, dez minutos.
Dito isto, ontem vi-os nas Festas de Corroios e continuam a ser muito bons em palco. Continuam barulhentos como no primeiro dia. Parecem putos. “Cronófago”, “Amor combate”, “Dá-me a tua melhor faca” e “Cem metros sereia” eram presenças obrigatórias no alinhamento do concerto e por lá passaram com o destaque de sempre.
E por falar em putos, adoro como o público deles se vai mantendo tão… jovem. Nós, os que já lá estávamos, fomos crescendo e mantemo-nos pelas redondezas. Mas continuam a entrar putos na sala dos Linda Martini, é fenomenal.
Os Linda Martini ao vivo estão bem e recomendam-se. Faltam mais álbuns e EPs para perceber para onde caminham, à medida que se aproxima o 10º aniversário da banda.