Numa nota mais pessoal – das epifanias

Kozelek

Isto começa a ser uma tradição. Há dois anos, foram os Eels. No ano passado, foi o fim da década. Este ano, escrevo numa nota mais pessoal sobre Mark Kozelek, os Red House Painters e os Sun Kil Moon.

2010 foi, sem sombra de dúvida, o ano em que a música dos projectos de Mark Kozelek me acompanhou mais. Já conhecia Red House Painters, já conhecia Sun Kil Moon. Mas não assim, não tão profundamente. E foi perfeito.

Consegui escrever sobre Ghosts Of The Great Highway e nem sei bem como. É um álbum muito, muito especial. Daqueles cheios de significado escondido, de histórias que não lhe pertencem. Talvez seja fruto do acaso – comprei o disco sem o conhecer, baseando-me apenas no que conhecia de April – mas tanto me faz. É fantástico. Além disto, fez-me olhar para April, dos Sun Kil Moon, e para toda a carreira dos Red House Painters com outros olhos. Ou ouvidos, sei lá. As músicas longas, as letras cheias de coisas para dizer nas entrelinhas, a constante depressão que só o slowcore consegue dar… está lá tudo. Foi como uma epifania.

Red House Painters e Sun Kil Moon têm das músicas mais belas que já ouvi. E em 2010, vá-se lá saber porquê, a beleza foi suficiente.