Do contra

De um modo geral, hype aborrece-me. Claro que há excepções: tenho todo o prazer em contribuir para o elogio público a bandas do momento, desde que goste (um pressuposto justo, parece-me). No entanto, as mais das vezes, o hype aborrece-me.

Falo disto agora porque é um momento especial: nos últimos meses, têm-se multiplicado referências extremamente elogiosas a três projectos portugueses.

Folgo em ver que se anda a fazer música gira por cá… mas preciso urgentemente que imponham um limite aos elogios. É que, apesar da Deolinda ser um projecto muito engraçado (boas letras, bom espírito), o hype já chateia. E os Pontos Negros, que têm um rock que até se ouve uma vez, não são os The Strokes portugueses, raios partam o hype. Ah, espero não precisar de dizer nada sobre a “energia” dos Soulbizness, uns posers cheios de hype patrocinados pela Mega FM.

Nada me move contra as bandas especificamente, pelo menos contra as duas primeiras. Posso dizer apenas que, com tanta coisa, quase não me apetece dar-lhes oportunidades… mas what do they care? Faz sentido. Eles não têm culpa de que toda a gente goste deles (quer dizer, até têm, mas isso é bom, em princípio) mas eu é que não tenho paciência para tanto exagero.

Poderei estar a contribuir para o hype daqui a duas semanas (é a maravilha da música pop) mas, enquanto não o faço, fico-me pelo contra.