Los Campesinos!: eu é que não sou parvo

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Os Los Campesinos! editaram o seu segundo álbum de originais. É igualmente o segundo álbum que lançam em 2008.

We are beautiful, we are doomed não é muito diferente de Hold On Now, Youngster…, isso posso garantir-vos. E isto é relativamente grave, já que mesmo as músicas do primeiro álbum são muito iguais umas às outras. Não posso, no entanto, esquecer-me de que o disco tem músicas como “You! Me! Dancing!” e “My Year in Lists”, pequenas obras de arte pop desinteressadas e indigentes.

O novo longa-duração dos Los Campesinos! mostra mais dos mesmos riffs, da mesma energia e do mesmo caos organizado. Sinto-me mesmo obrigado a dizer que esta banda britânica não seguiu definitivamente o caminho da reinvenção, da evolução ou de qualquer outra coisa que os pusesse a mais de um milímetro de distância do que lançaram no início do ano.

Gabo-lhes a coragem para fazer uma coisa destas. Fizeram o que bem lhes apeteceu… e isso, não sendo raro na música, não deixa de ser bom.

Lançaram um álbum igual… e, correndo o risco de parecer mal, eu até gosto. Não gosto do facto de lançarem um álbum igual ao anterior mas gosto do álbum. Parece um paradoxo mas só se pensarmos nisto antes de ouvirmos as três primeiras músicas : “Ways To Make It Through The Wall”, “Miserabilia” e a fantástica “We are beautiful, we are doomed”. Depois disto, há apenas duas hipóteses: ou estão conquistados ou é melhor partirem para outra.

Eu fui conquistado e continuo a lutar contra a minha má opinião sobre as semelhanças entre duas obras supostamente diferentes. Ao menos, pegaram neste álbum e tomaram uma iniciativa bem interessante. Vão editar um número limitado de cópias de uma edição especial e uma versão digital. Dizem eles que não haverá outra versão física nem reedições. Deve ser para não espalharem por aí que andam a fazer álbuns iguais.

Mas a mim convenceram-me. E nem foi preciso enganar-me. Sim, os riffs são sempre a mesma coisa, mas olhem, calhou eu gostar.