Lembram-se de ter criticado um texto da Marketeer sobre a Central Musical?
A Marketeer de Julho traz um artigo onde é feito um ponto de situação sobre a indústria da música. O autor é Sérgio Gonçalves, CMO e sócio internacional da Central Musical. O texto, esse, é um perda de tempo.
E de, após umas semanas, o autor e responsável pelo marketing da Central Musical ter respondido?
A Central Musical tenta ser uma solução. Pode não acreditar que o merchandising e os concertos sejam saída para artistas. Que isso seja “inventar a roda” é que não se percebe. Giro é afirmar que vai a concertos e compra umas t-shits de bandas..
Gostava também de perceber o seu curriculum na industria musical. Pode ser que tenhamos muito a aprender com a sua experiência.
Pois bem, as coisas mudam. Embalagem, aspecto visual, fórmula, posicionamento, distribuição, promoções, divulgação, atitude.
Talvez o negrito não seja esclarecedor: destaco a atitude. No caso específico da Central Musical, a volta foi aquilo que o Jorge Cadete descreveria como uma volta de 360º. Mais uma vez esclareço: em linguagem de pessoa normal, não é esse o caso. Foi mesmo uma grande volta. Ali em torno dos 180º.
Os egos são lixados. O vosso, o meu, o do Sérgio Gonçalves… pregam-nos partidas. Pois tentemos esquecer isso por um bocado para falar da mudança de atitude da Central Musical. É que pode ser que isto seja sobretudo provocado por uma espécie de massagem involuntária ao ego. Mas tirem as vossas próprias conclusões.
Há uns dias, recebi um e-mail do Ilídio Nunes a apresentar-me a Central Musical. Sem grandes conversas, sem tretas do género “sigo o teu blog há muito tempo”, passou à parte que lhe interessava: promover a Central Musical. Colocou-me a hipótese de usar os vídeos da Central Musical para que todos saiam a ganhar: eu com conteúdos, os artistas com divulgação e, naturalmente, a Central Musical com visitas. Apesar de não achar o serviço especialmente revolucionário – já o referi anteriormente – gostei, lá está, da atitude, da honestidade.
Vão ver isto cheio de vídeos da Central Musical? Não. Porque o embed deles não é grande coisa – acho que estão a trabalhar nisso – e porque não têm a mesma versatilidade e amplitude de um YouTube, por exemplo. Então o que mudou? A minha boa vontade. Porquê? Por ego, talvez (ele deu-se ao trabalho de escrever um mail com umas 10 ou mais linhas a um blogger que chega a meia dúzia de pessoas… e nem sequer tinha conhecimento da “polémica” anterior), mas sobretudo porque foi transparente e honesto.
O que significa isto, então? Que, aos meus olhos, a Central Musical está de cara lavada. Que, se se justificar, não terei qualquer pudor em colocar aqui um vídeo retirado directamente do site deles. Para todos os efeitos, têm conteúdos gratuitos e exclusivos (pelo menos grande parte). Fui comprado com simpatia? Talvez. Mas já muitas empresas e marcas me afastaram exactamente pelo motivo contrário. Por exemplo, a Vobis está boicotada desde que me venderam umas colunas acabadas de vir da reparação como sendo novas. Assim, o que impede a atitude positiva de exercer influência? Nada. Que continue a ser assim.
Às vezes é tão simples como isto.