Jonathan Forster, do Spotify, diz em entrevista ao Guardian que prevê que o URL se transforme no formato universal para a música. A lógica é simples: em vez de termos os MP3 no computador e organizados numa biblioteca como a do iTunes, por exemplo, temos todas as músicas acessíveis através de links.
Querem que o vosso amigo ouça aquela música nova de não sei quem? Esqueçam o YouTube. Enviam o link da canção e, quando ele clica no URL, a canção começa a tocar. Simples, não?
De certa forma, é esta a proposta de valor do Spotify, portanto faz sentido que o general manager for Europe da empresa preveja a universalização. A verificar-se, o Spotify estaria na linha da frente a recolher os benefícios. Mas não deixa de ser interessante, claro. Toda a música disponível assim sem mais nem menos.
Isto levanta outras questões, nomeadamente a da desvalorização da música. Bem sei que, na sua previsão, Jonathan Forster não limita esta lógica do URL ao seu serviço de streaming por subscrição mas, se virmos bem, não há muitos outros caminhos (alguém vai pagar pelo stream de um álbum?). Assim, a questão da desvalorização da música faz sentido. Está toda lá, paga ou não. Se (quando?) chegarmos a este ponto, a música será oficialmente (sem debates sobre downloads legais e ilegais) uma commodity, algo de acesso universal, fácil e barato.
Enquanto pessoa absolutamente doente por música, isto custa-me um bocadinho. Mas acho que é mais uma coisa de velho do Restelo do que propriamente algo justificado. De qualquer forma, enquanto observador não vejo melhor caminho. Acesso universal à música, facilidade de partilha, mais e melhor música escutável a partir de um clique (sem tempos de espera para download)… Confesso que não me importo de viver num mundo assim.