Na sexta-feira, estava mesmo a precisar de um bom concerto de rock’n’roll para fechar bem a semana. Precisava de duas horas de guitarras, celebração e barulho porque, pronto, às vezes um tipo precisa disso. Felizmente, era um concerto de Jack White.
Antes de mais, parece-me relevante dizer que eu e as bandas dele – The White Stripes, The Raconteurs e The Dead Weather – nos vemos com pouca frequência e sobretudo à distância. Já o Jack White a solo, nos últimos tempos, não há dia em que não me cante ao ouvido.
Dito isto, no concerto de sexta-feira no Coliseu de Lisboa passámos grande parte do tempo a ouvir canções de Blunderbuss, como a fantástica “Sixteen saltines” logo no início (depois de “Dead leaves and the dirty ground”, dos The White Stripes dar início às festividades) e a bem recebida “Freedom at 21″ já no encore. “Blunderbuss” é um dos melhores temas do álbum a solo de Jack White mas ao vivo, com tanta eletricidade a circular durante tanto tempo, acabou por ficar aquém, o que é uma pena, mas foi uma das que nos deixou descansar daqueles saltos todos. Mas a esse nível foi “We’re going to be friends” que melhor deu conta do recado.
Por falar em saltos, vou arriscar dizer que “Hotel Yorba” (dos The White Stripes), ainda na fase de aquecimento, e “Steady as she goes” (talvez a mais conhecida dos The Raconteurs) foram – com toda a justiça – das que mais puseram a mexer o público que quase encheu o Coliseu.
A metade talentosa dos The White Stripes ainda nos deu “Two against one”, tema de Danger Mouse e Daniele Luppi a que empresta a voz. Apesar de destoar um pouco no alinhamento rock/blues/folk do concerto, encaixou perfeitamente no que se passou ali naquela noite.
O concerto acabou por terminar da forma óbvia, com “Seven Nation Army”, dos The White Stripes, a deixar toda a gente a salivar por mais (mas mais o quê!?).
Não houve mais e ainda bem. De uma ponta à outra, Jack White no Coliseu foi mais um dos grandes concertos que Lisboa recebeu este ano.