10 canções essenciais de Simon & Garfunkel

Simon & Garfunkel

Nas últimas semanas, decidi mergulhar na música de Simon & Garfunkel. Fi-lo porque conhecia muito pouca coisa – quase nada, na verdade. E fi-lo à minha maneira, de forma intensa e quase doentia, ouvindo todos os álbuns de estúdio da dupla norte-americana de uma ponta à outra repetidamente.

A grande influência de Paul Simon na música popular das últimas décadas não termina com o seu trabalho com Art Garfunkel mas é certo que começa aí mesmo. A folk cristalina, as harmonias vocais e os grandes temas comuns abordados nas letras contribuíram para marcar o ritmo da folk mas também de vários outros géneros da música popular norte-americana.

Depois de semanas a ouvi-los quase sem parar, não podia deixar de partilhar os frutos desta minha experiência musical. Aqui fica, sobretudo para quem anda tão distante deles como eu andei durante este tempo todo, o meu guia de canções essenciais de Simon & Garfunkel.

“The Sound of Silence”

Acho que não conheço ninguém que não conheça “The Sound of Silence”. É um clássico e faz todo o sentido que assim seja. Ouçam a versão original, só vozes e guitarra, e digam-me se não é verdade.

“Scarborough Fair / Canticle”

Depois do sucesso relativamente inesperado de “The Sound of Silence” e do álbum (Sounds of Silence) que se lhe seguiu para ganhar algum dinheiro com isso, Parsley, Sage, Rosemary and Thyme foi como um recomeço. Um álbum com cabeça, tronco e membros que começa com uma canção barroca, estranha e cheia daquelas harmonias vocais esquisitas que os aproximavam tanto quanto distanciavam de uns The Beach Boys, que no mesmo ano lançavam o seminal Pet Sounds.

“Keep The Customer Satisfied”

A outra face de Simon & Garfunkel. A canção mais upbeat que ouvi deles não me conquistou propriamente por ser assim. O que a faz destacar-se das outras é mesmo o final épico cheio de bateria e metais e guitarras. Os Broken Social Scene e um bocadinho de hélio poderiam ter feito algo assim uns anos mais tarde.

“Mrs. Robinson”

Se se fala de canções upbeat de Simon & Garfunkel, a inesquecível “Mrs. Robinson” não pode faltar à festa. Seria como ir a Londres e não ver o Big Ben. É, portanto, a modos que óbvio mas extremamente necessário.

“Cecilia”

Um dos singles de Bridge Over Troubled Water, o último e mais bem sucedido álbum de Simon & Garfunkel, “Cecilia” serve de antevisão ao caminho que Paul Simon viria a seguir a solo, com a percussão a assumir a frente da canção juntamente com as vozes em harmonia.

“The Boxer”

Há algo de único no som criado por Simon & Garfunkel. “The Boxer”, com a sua guitarra dedilhada, as vozes e a inclusão de elementos adicionais como aquela tarola do refrão ou os metais, incorpora o som distinto da dupla na perfeição.

“April Come She Will”

É nas canções mais calmas que Simon & Garfunkel se concretizam melhor. Neste caso específico, fazem-no na mais pura das canções folk. Mais simples do que isto não vão encontrar.

“America”

É um dos momentos altos de Bookends. É a música perfeita para viajar. Mesmo que não pela América (embora idealmente devesse ser esse o caso), aquele órgão merece acompanhar-vos numa qualquer road trip. E a canção é tão boa, caraças.

“The Only Living Boy In New York”

Conheci-a graças a Garden State. Agora que penso nisso, não sei como só este ano fui ouvir Simon & Garfunkel a sério. Isto devia ter bastado. Pelos anos de familiaridade e por ser maravilhosa, é provavelmente a minha favorita.

“Bridge Over Troubled Water”

A minha relação com esta canção é estranha. É das canções mais conhecidas deles. É uma simples balada. Mas, tal como com “The Sound of Silence”, há qualquer coisa que acontece quando me concentro a ouvi-la. Faz-me pensar que há clássicos que o são por um motivo simples e facilmente observável: sobrevivem intactos à passagem do tempo. “Bridge Over Troubled Water” não é um dos pontos altos da escrita de Paul Simon no que a letras diz respeito mas é definitivamente porto de abrigo musical.

Se quiserem ouvi-las de uma só assentada, aqui têm: