Arquivo de Festivais - Ouve-se https://ouve-se.com/category/festivais/ Música que não sai da cabeça Mon, 26 Feb 2018 22:36:17 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.4 https://ouve-se.com/wp-content/uploads/2017/11/cropped-disc-vinyl-icon-95145-32x32.png Arquivo de Festivais - Ouve-se https://ouve-se.com/category/festivais/ 32 32 Festivais portugueses: ainda há artistas por confirmar? https://ouve-se.com/2016/01/festivais-portugueses-ainda-ha-artistas-por-confirmar/ Tue, 26 Jan 2016 11:36:29 +0000 https://ouve-se.com/?p=937 Arcade Fire, Bruce Springsteen, Radiohead, AIR, Robert Plant e LCD Soundsystem são os nomes mais recentes. Aparentemente, para um promotor, fazer um concerto isolado numa sala é cada vez menos interessante. Para quê, quando pode simplesmente arranjar mais dez artistas e pô-los a tocá-los durante 40 minutos ou uma hora no mesmo dia? Vende muito …

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concertos2015

Arcade Fire, Bruce Springsteen, Radiohead, AIR, Robert Plant e LCD Soundsystem são os nomes mais recentes.

Aparentemente, para um promotor, fazer um concerto isolado numa sala é cada vez menos interessante. Para quê, quando pode simplesmente arranjar mais dez artistas e pô-los a tocá-los durante 40 minutos ou uma hora no mesmo dia? Vende muito mais bilhetes assim, o custo por concerto diminui e o risco financeiro também. E as pessoas ficam contentes, também.

É difícil, por exemplo, olhar para o cartaz incompleto do NOS Alive e não ficar impressionado: além dos Radiohead, Robert Plant e Arcade Fire, há Pixies, The Chemical Brothers, Tame Impala, Hot Chip, Father John Misty, M83 e mais uns quantos. Está ali um bom festival, não há dúvidas.

Os outros, mesmo que sejam um pouco menos interessantes, têm os seus atrativos: Kendrick Lamar e The National no Super Bock Super Rock, Elton John no MEO Marés Vivas, LCD Soundsystem no Vodafone Paredes de Coura, Bruce Springsteen e Queen no Rock In Rio e sabe-se lá o que vai sobrar para o NOS Primavera Sound depois do anúncio do alinhamento da versão catalã do festival (Sigur Rós, PJ Harvey, Brian Wilson e Animal Collective são algumas hipóteses, além dos já confirmados AIR).

E as salas, meu?

A quantos concertos fora de festivais foram no ano passado? Presumo que a menos do que em 2014, 2013, 2012 e por aí abaixo. É que, apesar de a Everything Is New, produtoras mais pequenas como a UGURU e salas como a Zé dos Bois, em Lisboa, ainda puxarem um bocadinho pelo mercado dos concertos em nome próprio, não é surpresa nenhuma ver que a Música no Coração, por exemplo, está exclusivamente focada no mercado dos festivais – pelo menos a julgar pelo facto de não haver um único concerto agendado pela promotora. Mais até do que a Ritmos & Blues, que mantém a sua aposta em poucos (mas grandes) eventos – este ano já trouxeram a Portugal Bryan Adams e têm os Il Divo agendados para junho.

Economicamente e no curto prazo, arrisco dizer que a aposta em festivais faz todo o sentido. Um festival como o NOS Alive, por exemplo, é cada vez mais um ponto de passagem obrigatório no circuito europeu e tem contribuído para, pelo menos durante uns dias, trazer mais turistas a Portugal, o que em teoria é bom.

As minhas reservas relativamente a esta estratégia – não tanto pelo NOS Alive em si, mas sobretudo porque está toda a gente a fazer o mesmo – têm a ver, por um lado, com os meus hábitos enquanto consumidor e, por outro, com a visão de longo prazo das promotoras.

O primeiro argumento é mais importante para mim, mas percebo que não o seja tanto para vocês. E é simples: não sei se vamos, no geral, continuar a gostar tanto de festivais como atualmente. Já muitas pessoas – entre as quais me incluo – olham para os festivais como um mal menor. A lógica do mal menor: é pior não ver esta banda ao vivo do que vê-la num festival. Percebe-se, certo?

O segundo argumento é um bocado mais complicado e tem a ver com a forma como os diferentes festivais usam uma lógica semelhante à dos saldos para atrair público. Todos os anos se esboça uma guerra entre promotoras para ver quem consegue trazer os melhores nomes e, consequentemente, atrair mais pessoas. Tudo pelo mesmo preço, tudo com melhores ofertas. O que acontece ao Super Bock Super Rock quando não consegue um número suficiente de bons nomes? Fica às moscas. E o motivo é simples: não tem qualquer identidade. E se Paredes de Coura e o Primavera Sound ainda conseguem resistir mais ou menos a isso, o mesmo não se pode dizer de festivais como o Marés Vivas ou o defunto Delta Tejo.

Há inúmeros bons exemplos: Milhões de Festa, Amplifest e FMM são apenas alguns. Raios, até os do surf e o Sudoeste têm identidades bem definidas. Mas não estão a roubar artistas às salas. Pelo contrário, estão a trazer novos nomes a Portugal. O arrastão de festivais como o NOS Alive, o Super Bock Super Rock, o NOS Primavera Sound e o Vodafone Paredes de Coura sim. Sobra pouca coisa para o resto do ano. Sobram poucos concertos com condições ideais para artistas e público. E o mercado da música ao vivo perde qualidade. E isso acabará por ser determinante para o sucesso das próprias promotoras.

Mas enquanto esta tendência se mantiver, cada vez teremos menos oportunidades de ver como deve ser artistas como os que os principais festivais têm vindo a anunciar. Resta-nos treinar os cotovelos, o pescoço, o fígado, a bexiga, a carteira e a paciência até não dar mais.

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Assim é fácil ser feliz em Paredes de Coura https://ouve-se.com/2015/08/assim-e-facil-ser-feliz-em-paredes-de-coura/ Mon, 24 Aug 2015 15:05:52 +0000 https://ouve-se.com/?p=113 Quando falo de festivais, tenho de falar de expectativas. E deixem-me ir direto ao assunto: há já uns anos valentes que um festival não superava assim as minhas expectativas. Tive de regressar a Paredes de Coura para isso acontecer… mas assim que lá cheguei tornou-se tão fácil que parece impossível. Nem precisei de passar por lá …

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Sylvan Esso - Paredes de Coura

Quando falo de festivais, tenho de falar de expectativas. E deixem-me ir direto ao assunto: há já uns anos valentes que um festival não superava assim as minhas expectativas. Tive de regressar a Paredes de Coura para isso acontecer… mas assim que lá cheguei tornou-se tão fácil que parece impossível.

Nem precisei de passar por lá no primeiro dia, o de TV On The Radio e Slowdive. E é curioso: nenhum dos nomes ausentes da minha antevisão contribuiu para a minha felicidade. O que aconteceu foi: uma parte significativa dos concertos que tinha debaixo de olho acabaram por ser muito melhores do que eu esperava.

E o que apanhei eu, parcial ou totalmente? Steve Gunn, Father John Misty, The Legendary Tiger Man, Tame Impala, Allah-Las, Waxahatchee, Mark Lanegan Band, Charles Bradley And His Extraordinaires, The War On Drugs, Natalie Prass, Woods, Sylvan Esso, Temples, Fuzz e Lykke Li. Também apanhei com chuva, frio e uns pontapés nas costas, cortesia dos idiotas profissionais do crowdsurfing, mas isso interessa pouco para o caso.

Os melhores concertos

O que posso destacar eu dos 15 concertos que vi?

É difícil escolher concerto do festival mas tendo a inclinar-me para o gigante, enorme, espalhafatoso concerto de Charles Bradley And His Extraordinaires. Foi pouco mais de uma hora de grande soul regada a funk e confesso que estava muito curioso… mas não esperava tanto. Nem de perto nem de longe. E não há som de estúdio que pudesse preparar-me para o que ali se passou. Fiquei de queixo caído.

Father John Misty foi muito melhor do que eu esperava e conquistou-me mal entrou no palco. Aquela mistura explosiva de folk rock baladeiro, exagero performativo e atos e palavras impregnados de ironia resulta tão bem ao vivo que nem é justo pedir mais do que uma hora de concerto. Sentir-me-ia como se estivesse a roubar, honestamente. Mas é claro que me faltou um bocadinho mais de Fear Fun. No entanto, saí de lá convencido com I Love You, Honeybear.

A grande surpresa do festival? Sylvan Esso. Não dava nada por eles – estava à espera de ouvir meia dúzia de canções giras desse poço sem fundo que é a pop eletrónica independente e realmente foi o que aconteceu. Só que eu esperava uma coisa calminha e saiu-me a sorte grande em formato festa. A dupla composta por Amelia Meath e Nick Sanborn partiu tudo o que havia para partir no palco secundário e, a julgar pela reação do público a cada música, não fui o único a ficar convencido pelo que ali se passou. Definitivamente um dos concertos mais memoráveis do festival.

E os outros?

Reservo ainda um espaçoso T3 na minha memória para Natalie Prass, que me aqueceu o coração, Waxahatchee e, claro, The War On Drugs, que era a banda que mais queria ver. Quanto a eles, a coisa resume-se facilmente assim: quem gosta e conhece, adorou (eu adorei); não foi, no entanto, um daqueles concertos arrebatadores para casuais.

De resto, estou certo de que os Tame Impala convenceram quem os adora mas eu, que não, achei-os apenas competentes. O novo Currents não resulta especialmente bem ao vivo e acabaram por ser “Elephant” e “Feels Like We Only Go Backwards” a pôr toda a gente a mexer a sério.

A única desilusão foi mesmo Lykke Li, que deu um espetáculo simplesmente banal e sem tesão nenhuma. Foi uma pena.

A organização, o tempo e essas coisas

Para um festival completamente esgotado, não se esteve nada mal.

Mas não deixou de ser desconfortável circular por lá e tentar jantar qualquer coisa, por exemplo. Muita, muita gente. E muita gente a fazer crowdsurfing em momentos absolutamente inexplicáveis. Mas pronto, deixo os miúdos em paz (mas eu é que tenho razão, definitivamente).

Se pudessem vender uns quantos bilhetes a menos para se poder andar por lá, era perfeito… mas há que pôr a bilheteira a render, eu percebo. No entanto, fica a nota.

Claro que a chuva não só não é culpa da organização como é já uma tradição. Oito anos depois, voltei a dar uso ao impermeável. E pronto, ao menos não acampei naquilo.

Conclusão das conclusões

O cartaz não me deixava antever a maravilhosa experiência musical a que fui sujeito. E assim não há como não sair de Paredes de Coura satisfeito e a pensar que não posso deixar passar outra vez oito anos sem lá pôr os pés. É que a poeira, a chuva e – adivinharam – a consequente lama não são nada quando comparadas com concertos como os que vi em Paredes de Coura este ano.

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11 concertos a não perder em Paredes de Coura https://ouve-se.com/2015/08/11-concertos-a-nao-perder-em-paredes-de-coura/ Tue, 18 Aug 2015 14:56:51 +0000 https://ouve-se.com/?p=109 Amanhã começa o Vodafone Paredes de Coura e eu hei de andar por lá entre quinta e sábado, que isto de começar festivais a uma quarta-feira é muito bonito quando se anda na escola ou se tem férias para gozar mas não quando temos simplesmente de trabalhar. De qualquer forma, já é uma novidade eu ir a …

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Vodafone Paredes de Coura - foto de Hugo Lima

Amanhã começa o Vodafone Paredes de Coura e eu hei de andar por lá entre quinta e sábado, que isto de começar festivais a uma quarta-feira é muito bonito quando se anda na escola ou se tem férias para gozar mas não quando temos simplesmente de trabalhar.

De qualquer forma, já é uma novidade eu ir a Paredes de Coura. Passaram oito anos desde a última vez que lá pus os pés… e já era tempo de voltar, sobretudo tendo em conta que a margem do rio Coura continua a ser um dos melhores sítios de Portugal para ver concertos ao ar livre.

Já fui muito feliz por lá (estou a falar convosco, Broken Social Scene). Conto voltar a sê-lo este ano, mesmo perdendo o primeiro dia. Mas vou tentar aproveitar ao máximo e recomendo que façam o mesmo. Se puderem, não deixem de prestar atenção aos seguintes concertos:

Slowdive

Estiveram em Portugal há pouco mais de um ano mas a experiência de os ver ao vivo é para repetir enquanto der. Se ainda por cima não os apanharam recentemente, não percam. Pode ser que vos dê para o sono mas é mais provável que finalmente percebam o que raio é isso do shoegazing.

TV On The Radio

Parece que não passam de moda, mesmo que os discos que lançam já não tenham o vigor de outros tempos. Confesso que já tenho saudades dos TV On The Radio, que para mim têm em Dear Science uma das suas maiores pérolas, e é uma pena perder mais um concerto.

Father John Misty

I Love You, Honeybear não tem o mesmo encanto de Fear Fun mas não me vão ouvir a queixar. É um belíssimo álbum e a possibilidade de assistirmos a um concerto de Josh Tillman numa das melhores fases da sua carreira é um autêntico Natal em agosto.

Tame Impala

Tenho uma ódio de estimação por Tame Impala mas isso não me impede de assumir que tem tudo para ser um dos concertos do festival, nomeadamente um bom álbum na bagagem e um público maluco por eles. Só espero que dediquem tanto tempo quanto possível ao novo disco.

The War On Drugs

Juntamente com Father John Misty, The War On Drugs é o grande motivo que me leva a Paredes de Coura oito anos depois. Fiquei maluco com Lost In The Dream, um dos meus álbuns favoritos de 2014, e só quero poder ouvir absorver aquilo tudo ao vivo, aquela energia… e refletir sobre o que raio estaria Mark Kozelek a pensar quando decidiu embirrar com o homem.

Mark Lanegan Band

Mark Lanegan e Paredes de Coura tem tudo para ser a parceria perfeita. Sobretudo para mim. É que, vá-se lá saber porquê, nunca o vi ao vivo… e sempre me senti em falta. Mas isso acaba agora.

Charles Bradley and His Extraordinaires

Confesso que não conhecia Charles Bradley. Mas bastaram meia dúzia de músicas para me convencer completamente. Vamos ter muita e boa soul em Paredes de Coura este ano.

Waxahatchee

Só um cataclismo poderá fazer-me perder este concerto. Aquela coisa meio crua de mulher, guitarra e bateria tem tudo para resultar extremamente bem ao vivo. Posso estar completamente enganado… mas é como vos disse: vou estar lá plantado a assistir.

Lykke Li

Vi-a pela primeira vez em 2011 em Paris e gostei bastante dela ao vivo. Bem mais que em disco, de resto. Entretanto já me convenceu em disco também mas é ao vivo que a pop bem pensada e executada de Lykke Li se mostra em todo o seu esplendor. E desta vez quero dar-lhe a merecida atenção.

Natalie Prass

Por falar em pop perfeita, a expressão regressa-me à mente a propósito do concerto de Natalie Prass, que tem condições para ser a grande surpresa do festival. Pronto, surpresa para os menos avisados. Lembram-se de ter falado ali em cima de “muita e boa soul”? Pensem neste concerto como o meio caminho entre Lykke Li e Charles Bradley e passem-se da cabeça.

Sylvan Esso

Este é mais um daqueles casos que conheço mal. Mas o pouco que ouvi fez-me querer conhecer muito melhor. Esta estranha pop eletrónica circular que se esqueceu de que não é folk entranha-se tão rapidamente que merece todas as oportunidades do mundo. Alguém que lhes diga que contem comigo para jantar.

Consultem o cartaz completo do Vodafone Paredes de Coura aqui.

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NOS Primavera Sound 2015: o balanço https://ouve-se.com/2015/06/nos-primavera-sound-2015-o-balanco/ Sun, 07 Jun 2015 11:32:40 +0000 https://ouve-se.com/?p=137 O NOS Primavera Sound é dado a grandes expectativas. Normalmente, geram-se uns dias antes do anúncio do cartaz… porque o cartaz da edição espanhola do festival é anunciado uns dias antes. E é sempre maior e melhor, claro. Mas uma pessoa fica a sonhar. Pois que este ano não me deixei enganar. Não liguei ao anúncio do …

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NOS Primavera Sound 2015

NOS Primavera Sound é dado a grandes expectativas. Normalmente, geram-se uns dias antes do anúncio do cartaz… porque o cartaz da edição espanhola do festival é anunciado uns dias antes. E é sempre maior e melhor, claro. Mas uma pessoa fica a sonhar.

Pois que este ano não me deixei enganar. Não liguei ao anúncio do cartaz de Barcelona e aguardei serenamente pelo cartaz português. Quando finalmente foram anunciados os nomes, ao contrário de anos anteriores, não fiquei a pensar em como faltava esta e aquela banda. Achei o cartaz pobre em grandes nomes mas fiquei muito, muito satisfeito com uma série de bandas e artistas de segunda linha. E foi assim que me convenceram.

Não andei semanas e semanas a sonhar com o festival. Na realidade, nem das coisas mais práticas tratei antecipadamente, tendo comprado o bilhete e tratado do hotel apenas um dia antes. Com isto quero dizer que não andei a alimentar expectativas; mantive-as num nível saudável, peguei no carro e fui para o Porto.

Os melhores concertos

Vi 21 concertos (ou bocadinhos de concertos) em três dias: Mikal Cronin, Mac DeMarco, FKA Twigs e Interpol no primeiro dia; Banda do Mar, Yasmine Hamdan, Giant Sand, Patti Smith, José González, Sun Kil Moon, Belle & Sebastian, Antony & The Johnsons, Run The Jewels e Jungle no segundo dia; e Manel Cruz, Xylouris White, The Thurston Moore Band, Foxygen, Damien Rice, Death Cab For Cutie e The New Pornographers no último dia.

Tivemos direito a muito boa música durante os três dias mas eu destaco os meus três preferidos:

3. Death Cab For Cutie

Os Death Cab For Cutie estavam a dever-nos um concerto, depois de terem falhado a primeira edição do festival em 2012 por causa do mau tempo. Não sendo um fã inabalável dos últimos trabalhos da banda, tinha medo que se focassem no material mais recente… mas acabaram por dar um concerto equilibrado e, consequentemente, quase ao meu jeito. Pessoalmente, precisava de mais coisas de Transatlanticism Plans para ser totalmente feliz mas o tempo não dava para tudo. Tive de me contentar com temas como “I Will Possess Your Heart”, “Cath…”, “The New Year”, “Soul Meets Body” e, contra as minhas expectativas pessimistas, a perfeita “Transatlanticism”. Desconfio que, se tivessem tocado apenas esta, o concerto entraria à mesma no meu top 5. É para verem o quão boa foi o raio da canção a encerrar o concerto.

2. Sun Kil Moon

Estava com medo que Mark Kozelek dedicasse uma hora da sua vida a matar-nos lentamente com as canções de Universal Themes mas, felizmente, só o último quarto de hora é que teve disso (e uma delas, “This Is My First Day And I’m Indian And I Work At A Gas Station”, nem é das piores). Foi o concerto mais estranho e genuíno que vi no festival. Foi, também, a primeira vez que vi um concerto de Sun Kil Moon sem que Mark Kozelek tivesse nas mãos uma guitarra acústica. Mas adiante: foi muito, muito bom. Com Steve Shelley numa das baterias, os Sun Kil Moon tocaram um set relativamente curto (oito canções) mas muito cheio de grandes momentos. O primeiro foi a quase raivosa “Richard Ramirez Died Today Of Natural Causes”. O segundo foi também o mais desconfortável (é um hábito dele): Mark Kozelek insistiu em chamar ao palco Yasmine Hamdan para cantar com ele “I Got You Babe” (de Sonny & Cher, claro). O problema: ela não lida muito bem com o Inglês… e não conhecia a música. Conseguem imaginar? O terceiro e último foi “Carissa” com banda completa. Tão bom.

Aparentemente desconfortável sem a guitarra nas mãos, Kozelek deambulou pelo palco durante o concerto todo enquanto berrava e se mexia de forma estranha e ainda arranjou tempo para uma piada quando perguntou algo como “que banda é esta cujo som está a chegar aqui?”, uma piscadela de olho à polémica com The War On Drugs, antes de dizer que era uma piada. Respirámos todos de alívio.

No meu caso, respirei de alívio também porque não saí do palco Pitchfork minimamente desiludido.

1. The New Pornographers

No último dia, esqueci aquilo de manter as expectativas num nível saudável por causa dos The New Pornographers, que nunca tinha visto ao vivo, e… foi uma excelente decisão. O concerto de uma hora – curto, muito curto! – foi intenso e cheio de grandes músicas, tanto de Brill Bruisers, o último álbum, como de todos os discos anteriores. “All The Old Showstoppers”, “Brill Bruisers”, “The Laws Have Changed”, “Testament To Youth In Verse”, “Sing Me Spanish Techno”, “Mass Romantic” e, graças a deus e a todos os anjinhos, uma das melhores músicas que esta Terra já ouviu, “The Bleeding Heart Show”… fizeram deste concerto o melhor que vi em todo o festival. A única forma de melhorar o concerto que os The New Pornographers deram no NOS Primavera Sound seria dar-lhes mais tempo para tocar coisas como “Use It”, “Challengers”, “Electric Version” e mais umas quantas.

E os outros?

De entre os outros, Belle & Sebastian, Damien Rice, FKA Twigs e Patti Smith merecem um destaque especial porque deram concertos excelentes. Adorei cada minuto, sendo que até tive direito a “I Didn’t See It Coming” no caso dos primeiros, algo que não esperava (como diz o título da música, de resto). Damien Rice encheu o palco principal sozinho, FKA Twigs deu-nos sexo (salvo seja) e Patti Smith deu-nos nostalgia e esperança num concerto rock à moda antiga.

Os Jungle também deram uma festa do cacete e a única razão pela qual não lhes dou mais destaque é porque me impediram de ver o concerto todo de Run The Jewels… que também estava a ser muito, muito bom.

Destaco ainda mais algumas conclusões estranhas a que cheguei:

1. Foxygen. Giro? Sim. Bom? Epá.

2. Xylouris White, a melhor dupla de bateria e alaúde do mundo, provavelmente (não, mas a sério, foi muito bom).

3. Antony & The Johnsons com uma orquestra gigante no palco principal, os outros três palcos sem programação (creio que por exigência do artista – e faz algum sentido, atenção), um silêncio incrível nos primeiros minutos do concerto… e a mais do que natural quebra do pacto entre artista e festivaleiros após algum tempo, tornando o concerto impossível. Era um espetáculo com tudo para ser inesquecível… numa sala, não ali.

4. Já não há Tripanário no NOS Primavera Sound. Parte da minha alma jaz agora no Parque da Cidade.

5. Os Interpol ainda existem.

As minhas falhas

Foi por um bom motivo chamado Belle & Sebastian mas… perdi Pallbearer. Perdi ainda Shellac, Einstürzende Neubaten (e não me peçam para dizer o nome em voz alta, por amor de deus), Viet Cong, Spiritualized e o concerto acústico de Patti Smith… que de acústico teve muito pouco e de spoken word ainda menos. Talvez numa próxima vez.

E o resto do festival?

Nem só de falhas minhas vive o NOS Primavera Sound e o som continua a ter alguns problemas (mas houve melhorias): graves até perder de vista, uma equalização nem sempre perfeita, sobretudo se estiverem mais perto do palco, e o público com som amplificado, o que soa sempre esquisito, são provavelmente os problemas mais chatos com que me deparei…

… o que só atesta o quão bem organizado é. Filas razoáveis para comer, beber, levantar dinheiro, fazer chichi (ou cocó, se forem dessas pessoas), o melhor espaço de todos os festivais portugueses, bom ambiente, boa visibilidade para todos os palcos… e este ano até o sol e as nuvens foram amigos do festival. O que pode uma pessoa querer mais?

Resumindo: se continuar a ter cartazes como este, não vejo qualquer motivo para deixar de visitar o Parque da Cidade e o Porto para ouvir boa música e trazer boas memórias.

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21 concertos a não perder no NOS Primavera Sound 2015 https://ouve-se.com/2015/06/21-concertos-a-nao-perder-no-nos-primavera-sound-2015/ Thu, 04 Jun 2015 11:42:14 +0000 https://ouve-se.com/?p=140 Hoje começa o NOS Primavera Sound. Está na hora de fazer as malas e rumar ao sempre agradável Parque da Cidade, no Porto, para ouvir boa música e cumprir o que já começa a ser uma tradição, já que nunca falhei uma edição desde que o festival chegou a Portugal. Os anos anteriores deram-me concertos enormes: …

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NOS Primavera Sound 2015

Hoje começa o NOS Primavera Sound. Está na hora de fazer as malas e rumar ao sempre agradável Parque da Cidade, no Porto, para ouvir boa música e cumprir o que já começa a ser uma tradição, já que nunca falhei uma edição desde que o festival chegou a Portugal.

Os anos anteriores deram-me concertos enormes: a festa com The Flaming Lips e a visita especial à Casa da Música com Jeff Mangum em 2012 e os regressos apoteóticos dos Blur em 2013 e dos Neutral Milk Hotel no ano passado, entre muitos outros concertos memoráveis. O recinto, já se sabe, é do melhor que há em Portugal – só Paredes de Coura chega lá perto – e o ambiente é fantástico. Tenho a certeza de que nada disso mudará em 2015.

O cartaz do NOS Primavera Sound não é particularmente forte em nomes sonantes mas está repleto de pérolas. Vou tentar apanhar o maior número de concertos possível, como é óbvio, mas há alguns nomes que gostava mesmo de ver. A saber:4

Mikal Cronin

Há coisas que temos de ver porque são catitas. Mikal Cronin não vai mudar o mundo à guitarrada mas a música soa bem e tem a energia certa para um festival destes. Não é nenhum dissidente dos Gogol Bordello nem nada que se pareça – simplesmente faz pop/rock da boa.

Mac DeMarco

Mac DeMarco tem andado nas bocas do mundo desde há já algum tempo e, apesar de ter alguma dificuldade em compreender o hype, não me importava nada que ele me convencesse com o concerto que vai dar no primeiro dia do festival. Além disso, tenho a certeza de que a música dele vai soar muito bem ao vivo.

FKA Twigs

Nunca vi FKA Twigs ao vivo, não sou particularmente fã da música e ela perturba-me um bocado mas suspeito que o concerto pode ser uma bela surpresa. Estou muito curioso.

Interpol

A única vez que vi os Interpol ao vivo deu-me um sono desgraçado. Mas entretanto passaram-se oito anos e, apesar de estarem mortos para mim, apetece-me matar saudades das coisas mais antigas. Na pior das hipóteses, durmo uma sesta. Na melhor, festejo como se fosse 2004 ou assim.

Viet Cong

Têm a pouca sorte de tocar praticamente à mesma hora que Patti Smith mas são, pelo álbum que lançaram há uns meses, uma das bandas mais aclamadas do ano. E eu diria que é relativamente justo, pelo que vou tentar apanhar pelo menos uns 10 minutos de concerto.

Patti Smith

Tendo em conta que Patti Smith é o maior nome no festival, seria um bocado estúpido não a ver, certo? E sim, nem sequer sou particularmente fã dela mas há coisas que simplesmente temos de fazer. Provavelmente vou deixar de lado o concerto acústico de hoje e ficar-me pelo espetáculo dedicado a Horses amanhã.

José González

Já o vi este ano e foi exatamente tão bom como esperava: muito bom e um tanto ou quanto mortiço. Receio que possa perder-se alguma daquela beleza singela em festival, com ouvidos e atenções menos dedicados, e que a coisa possa tornar-se sobretudo aborrecida mas… vamos ver.

Twerps

Caso José González não resulte, é sempre bom ter um plano B. Twerps é o meu plano B… e tem potencial para ser uma das boas surpresas do festival.

Sun Kil Moon

Apesar de estar irritadíssimo com Universal Themes, nunca poderia perder este concerto de Sun Kil Moon. Promete ter banda e, já que pouco se aproveita do último álbum, pelo menos as canções de discos anteriores prometem valer a pena. Há ainda o possível bónus de sermos ofendidos por ele e pelo seu peculiar… humor.

Spiritualized

Spiritualized é a Ivete Sangalo do Primavera Sound (bem, acho que é só a segunda vez mas vocês percebem a ideia). Não levantará poeira. Talvez Jason Pierce nem se levante da cadeira. Mas é sempre um prazer. Mesmo que seja durante uns 10 minutos.

Belle & Sebastian

Não perco o concerto dos Belle & Sebastian por nada deste mundo. Nunca os vi, o que é uma falha enorme na minha caderneta, mas vou aproveitar ao máximo. Não sei se vou gostar do concerto, se me vai aborrecer, se vai ser a coisa mais bonita do mundo… É uma incógnita total. Mas estou confiante e vocês deviam estar também.

Pallbearer

A probabilidade de ver os Pallbearer ao vivo é reduzida, dado que tocam praticamente à mesma hora que os Belle & Sebastian. No entanto, se por acaso o concerto durar mais tempo, quero passar por lá. No meio de tanto indie rock e derivados, pode ser que uma sonoridade mais pesada ajude a recalibrar os ouvidos.

Antony & The Johnsons

Nunca fui grande fã de Antony. Aliás, nunca fui grande fã de vozes minimamente soul. Mas algo está a mudar… e talvez este concerto possa beneficiar disso – aos meus ouvidos, claro.

Run The Jewels

Não fiquei particularmente impressionado com o aclamado Run The Jewels 2 mas é muito provável que a coisa resulte bem ao vivo. Como o concerto é à 1h40, não prometo nada.

Jungle

Por falar em concertos à 1h40… Nunca ouvi uma música do FIFA ao vivo e esta é a minha oportunidade. Se ainda estiver pelo festival e se os Run The Jewels não me tiverem conquistado, é a Jungle que vou recorrer.

The Thurston Moore Band

Se Spiritualized está para o Primavera Sound como a Ivete Sangalo está para o Rock In Rio, os diferentes elementos dos Sonic Youth são os Xutos & Pontapés. E pronto, caso sobreviva às consequências da frase anterior, quero ver se dou um salto ao palco ATP para ver Thurston Moore.

Foxygen

Será o último concerto deles em Portugal ou não? Os Foxygen não chegaram a esclarecer se este  Farewell Tour era o que parecia mas desconfio que ainda vamos poder vê-los mais algumas vezes nos próximos anos, se quisermos muito.

Damien Rice

O primeiro álbum de Damien Rice continua a ser a sua grande referência, pelo que nem sei muito bem o que esperar. Mas quero perceber o que vai acontecer. Pode ser que seja uma seca, pode ser que seja uma hora bem passada. Duvido que vá mudar a minha vida… mas isso também não é para todos.

Death Cab For Cutie

Em 2012 cancelaram o concerto que tinham agendado para o Primavera Sound por causa do mau tempo que se abateu sobre o recinto. A ver se desta vez não arranjam desculpas, que ando há uns dez anos para os ver. É pena que os apanhe numa altura em que os bons álbuns deles acabaram há uns… dez anos. Mas estou confiante que não se vão armar em Mark Kozelek (pese embora a amizade entre Ben Gibbard e o criador dos Sun Kil Moon) e me vão dar bastante material antigo para me entreter.

Ride

Por falar em entreter, vai ser giro revisitar os anos 90 com os Ride. Guitarras, guitarras, guitarras e distorção. Em 2013, houve My Bloody Valentine. Este ano, a organização decidiu fazer algo semelhante, mas aligeirando um bocado a coisa. Continua a haver distorção mas pode ser que desta vez se ouça alguma coisa além das guitarras. Alguém arrisca apostar?

The New Pornographers

É definitivamente a banda que mais quero ver no Primavera Sound. Há anos que sonho com um concerto deles ao mesmo tempo que lhes rogo pragas. Com o excelente Brill Bruisers na bagagem, já para não falar de álbuns antigos enormes como Twin CinemaChallengers e Electric Version, promete ser um dos meus concertos e encerrar o Primavera Sound em grande. Estas expectativas estão a pedir para ser cumpridas, certo?

Consultem o cartaz completo do NOS Primavera Sound aqui.

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O meu balanço do Primavera Sound 2014 https://ouve-se.com/2014/06/o-meu-balanco-do-primavera-sound-2014/ Tue, 10 Jun 2014 16:52:57 +0000 https://ouve-se.com/?p=268 Com expectativas pouco elevadas, lá fui eu para o Porto pelo terceiro ano consecutivo para assistir aos concertos do Primavera Sound 2014. O balanço é, mais uma vez, muito positivo, ainda que não tenha conseguido apanhar tantos momentos gigantes como nas edições anteriores do festival. Mas vamos ao que interessa. Os concertos Rodrigo Amarante, Spoon, Sky Ferreira, …

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Com expectativas pouco elevadas, lá fui eu para o Porto pelo terceiro ano consecutivo para assistir aos concertos do Primavera Sound 2014. O balanço é, mais uma vez, muito positivo, ainda que não tenha conseguido apanhar tantos momentos gigantes como nas edições anteriores do festival.

Mas vamos ao que interessa.

Os concertos

Rodrigo Amarante, Spoon, Sky Ferreira, Caetano Veloso, Haim, Kendrick Lamar, Television, Warpaint, Slowdive, Pixies, Godspeed You! Black Emperor, Mogwai, Refree, Neutral Milk Hotel, The National e St. Vincent. Foram estes os dezasseis concertos a que assisti, com maior ou menor interesse, na totalidade ou só um bocadinho. Não foram muitos e nem cheguei a visitar o Palco Pitchfork.

Os Neutral Milk Hotel só não levam nota máxima porque começaram com “Two Headed Boy” e não estou preparado para lidar com a melhor música de uma banda a abrir um concerto. Teria ficado perfeita a fechar. De resto… foi lindo. As melodias pop contrastavam na perfeição com a estranha existência dos membros da banda. E o público, incentivado a não fotografar nem filmar o concerto pelo próprio Jeff Mangum, aproveitou cada instante. Eu não fui exceção e fiquei absolutamente convencido. Era o único concerto para o qual tinha expectativas realmente elevadas e… não fiquei desiludido.

Não posso deixar de destacar também os The National, que me deixaram mais descansado do que após o concerto no Pavilhão Atlântico e, apesar de ausências óbvias no alinhamento, como “Apartment Story” e “About Today”, deram um concerto ao nível do que se espera deles (para os mais distraídos, isto é uma coisa boa).

Gostei muito dos Slowdive, das Haim e de rever os Mogwai e St. Vincent mas guardo o concerto de Sky Ferreira num cantinho especial. Não era algo que esperasse, confesso. Mas entre “Heavy Metal Love”, “I Will” e “Everything Is Embarrassing” (só pude ouvir “I Blame Myself” enquanto caminhava para perto do palco) não faltaram motivos para ficar rendido à dimensão que a pop de Sky Ferreira ganha ao vivo.

O som

Não sei muito bem o que se pode fazer quanto a isto mas nunca vi um festival com tão má qualidade de som junto aos palcos como este. Baixo volume e graves dominantes faziam com que ver um concerto perto do palco se tornasse numa experiência dolorosa e desinteressante. “Debaser” junto à grade? Meh. As guitarras dos The National? Não ouvi, mas o baixo era fixe.

O ambiente

Um ano é muito tempo e quase chega para esquecer alguns pormenores únicos deste festival. O espaço, já o disse várias vezes, é provavelmente o melhor que encontramos em festivais portugueses – só Paredes de Coura oferece concorrência. Os palcos principais lado a lado sem sobreposição de bandas, a simpática clareira do palco ATP e a clara demarcação entre a área da restauração e as áreas dos concertos parecem ter sido feitas a pensar em quem vai ao Parque da Cidade não só para pôr fotos no Instagram mas também para ouvir boa música… mas que a coisa resulta em boas fotos no Instagram, lá isso resulta.

E para o ano?

Para o ano, não sei. Fiquei triste com o cartaz, com a ausência de grandes bandas do Primavera Sound de Barcelona – Nine Inch Nails, Arcade Fire, Volcano Choir e mais umas quantas. Mas no limite é isso que me fará confirmar presença no próximo ano: o cartaz. Se for bom, é quase certo que podem contar comigo.

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O problema do Optimus Primavera Sound https://ouve-se.com/2014/02/o-problema-do-optimus-primavera-sound/ Mon, 10 Feb 2014 21:53:47 +0000 https://ouve-se.com/?p=310 O cartaz do Optimus Primavera Sound 2014 foi anunciado há alguns dias e inclui nomes como The National, Neutral Milk Hotel, Pixies, Mogwai, Slowdive, Godspeed You! Black Emperor, Kendrick Lamar, Spoon, Television e Haim, entre muitos outros. Mas há um pequeno problema. O problema do Optimus Primavera Sound é fácil de identificar: gestão de expectativas. …

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Optimus Primavera Sound 2014 - cartaz

O cartaz do Optimus Primavera Sound 2014 foi anunciado há alguns dias e inclui nomes como The National, Neutral Milk Hotel, Pixies, Mogwai, Slowdive, Godspeed You! Black Emperor, Kendrick Lamar, Spoon, Television e Haim, entre muitos outros. Mas há um pequeno problema.

O problema do Optimus Primavera Sound é fácil de identificar: gestão de expectativas. Como sabem, o festival, que decorre este ano entre 5 e 7 de junho no Parque da Cidade, no Porto, tem um irmão mais velho em Barcelona, o Primavera Sound original. O espírito por trás da organização destes dois belos festivais tem uma característica muito particular: a maior parte dos nomes que estão no cartaz vão aos dois festivais. Até aqui nada de errado, certo?

O problema é que, logo quando a organização deu a conhecer o cartaz da edição catalã, ficámos a perceber que pelo menos dois cabeças de cartaz iriam estar ausentes no Porto. Refiro-me aos Arcade Fire e aos Queens Of The Stone Age, já confirmados para o Rock In Rio.

Como os nomes são quase, quase todos partilhados e a prioridade vai toda para edição de Barcelona (o que é compreensível), o que é que acontece quando faltam cabeças de cartaz?

Nada.

Além dos Arcade Fire e dos Queens Of The Stone Age, faltarão à chamada os Nine Inch Nails, os Volcano Choir, os Deafheaven, os Majical Cloudz, The Mark Eitzel Ordeal e Sharon Van Etten, entre outros.

Há 50 artistas confirmados para o Optimus Primavera Sound e há muitos nomes bons entre eles. Mas acenaram-me com aqueles todos do parágrafo anterior… e não só não mos deram como não arranjaram substitutos.

É o que tem acontecido em todas as edições mas este ano é, provavelmente, o caso mais gritante, sobretudo porque uma parte significativa dos cabeças de cartaz de Barcelona estará ausente da edição portuguesa do festival.

Posto isto, se as edições anteriores já foram assim, porque é que ainda existe um problema de expectativas? Porque não há um padrão. A sensação, antes do anúncio do cartaz português, é a de que é como uma lotaria. Podemos ter muita sorte… e podemos não ter sorte nenhuma. A julgar pelas últimas duas edições, pronto, o meio termo fica-nos bem.

Se tudo correr bem, voltarei ao Parque da Cidade este ano. E voltarei a ser muito feliz durante aqueles três dias. Com este cartaz, não é difícil – mas podia ser ainda mais fácil, certo?

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Daughter em Lisboa: é para voltar, certamente https://ouve-se.com/2013/12/daughter-em-lisboa-e-para-voltar-certamente/ Sun, 01 Dec 2013 11:02:27 +0000 https://ouve-se.com/?p=351 Os Daughter tocaram este sábado no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e eu não poderia ter deixado de lá estar, mesmo estando incluídos no alinhamento do Vodafone Mexefest. A edição deste ano do festival era das menos interessantes e relevantes dos últimos anos (incluindo os tempos em que se chamava Super Bock Em Stock, claro). …

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Daughter - Mexefest

Os Daughter tocaram este sábado no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e eu não poderia ter deixado de lá estar, mesmo estando incluídos no alinhamento do Vodafone Mexefest. A edição deste ano do festival era das menos interessantes e relevantes dos últimos anos (incluindo os tempos em que se chamava Super Bock Em Stock, claro). Além disso, não aprecio especialmente o modelo do festival, que vive das pessoas saltarem de uma sala para outra, não havendo quaisquer garantias de que se consiga ver realmente uma banda ou um artista que se queira ver. É a Vogue Fashion Night Out disfarçada de festival de música… e é pouco sobre a música. Não sou fã.

Mas tinha de ver Daughter. É uma das minhas bandas favoritas de 2013, graças ao ótimo álbum de estreia que lançaram no início do ano e às canções maravilhosas que fazem.

“Human”, “Winter”, “Love”, “Candles”, “Home” e sobretudo “Youth” são algumas dessas canções maravilhosas… e todas elas brilharam este sábado no Coliseu perante uma plateia rendida à banda mesmo antes do concerto começar. Confesso que não os sabia tão populares em Portugal.

Elena Tonra, a Daughter original, é provavelmente a pessoa mais tímida do mundo e pareceu genuinamente surpreendida com a resposta dada pelo público na estreia da banda em Portugal. A música deles pode não ser a coisa mais revolucionária do mundo… mas tem claramente uma qualidade acima da média e o reconhecimento recebido parece-me ser mais do que justo.

O concerto foi muito bom, como já perceberam. Durou apenas 55 minutos mas eles também só têm um álbum, portanto… De qualquer forma, ainda tive esperança que tocassem “Shallows” ou “Medicine” mas, pronto, fica para a próxima. Porque tem claramente de haver uma próxima em breve.

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A única coisa que interessa: Queens Of The Stone Age https://ouve-se.com/2013/07/a-unica-coisa-que-interessa-queens-of-the-stone-age/ Sun, 21 Jul 2013 22:17:41 +0000 https://ouve-se.com/?p=1630 Ontem fui ao Super Bock Super Rock ter com os Queens of the Stone Age. Pouco mais havia para ver naquele festival, portanto fui até ao Meco com esse simples objetivo. O meu conhecimento moderado da discografia dos Queens of the Stone Age permitiu-me conhecer quase tudo o que ouvi… e ouvir quase tudo o …

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Ontem fui ao Super Bock Super Rock ter com os Queens of the Stone Age. Pouco mais havia para ver naquele festival, portanto fui até ao Meco com esse simples objetivo.

O meu conhecimento moderado da discografia dos Queens of the Stone Age permitiu-me conhecer quase tudo o que ouvi… e ouvir quase tudo o que queria. Um grande, grande concerto de Josh Homme e companhia. Uma hora e meia sem direito a encore mas cheia do melhor stoner rock que há no mundo bastou para me deixar mais que satisfeito (a mim mas também aos milhares que foram ao Meco para os ver, estou certo).

As novas “My God Is The Sun” e “I Appear Missing” mas também as velhas “No One Knows”, “Feel Good Hit Of The Summer”, “A Song For The Dead” (a fechar) “You Think I Ain’t Worth a Dollar, but I Feel Like a Millionaire” (a abrir) e, claro, “Go With The Flow”.

Não faltou nada. Foram gigantes. Há anos que queria vê-los. Assim que possível, quero ver se repito a dose.

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Optimus Primavera Sound: 20 concertos depois https://ouve-se.com/2013/06/optimus-primavera-sound-20-concertos-depois/ Mon, 03 Jun 2013 22:34:07 +0000 https://ouve-se.com/?p=1650 A segunda edição do Optimus Primavera Sound foi o que se esperava: três dias de boa música no local perfeito para ela. Tal como no ano passado, tenho de destacar o Parque da Cidade, no Porto, que é claramente um dos melhores sítios que alguma vez recebeu um festival. Seja em que palco for, é …

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A segunda edição do Optimus Primavera Sound foi o que se esperava: três dias de boa música no local perfeito para ela.

Tal como no ano passado, tenho de destacar o Parque da Cidade, no Porto, que é claramente um dos melhores sítios que alguma vez recebeu um festival. Seja em que palco for, é virtualmente impossível não ver um concerto por haver demasiada gente à frente. E aquele verde todo, e aqueles finais de tarde (este ano, um bocado mais frios)… Tudo perfeito, mesmo.

Não me vou pôr aqui a falar dos 20 concertos que vi (alguns dos quais apenas parcialmente porque… bem, demasiados concertos) mas quero destacar uns quantos momentos:

1. Local Natives, Grizzly Bear e Blur

Grande sequência de concertos, a culminar com um enorme concerto da banda de Damon Albarn e companhia. Tive a infeliz ideia de ir lá mesmo para a frente onde, aparentemente, fazer mosh numa canção como “Beetlebum” é normal… mas, ainda assim, valeu totalmente a pena.

2. Nick Cave & The Bad Seeds

Não tinha grandes expectativas para o concerto de Nick Cave mas acabei convencido. Já o tinha visto no Coliseu há uns anos… e o concerto do Primavera, apesar de mais curto, foi muito melhor. Acho que tenho mesmo de ouvir o novo álbum, não é?

3. Titus Andronicus

Queria muito vê-los… e não posso dizer que esteja arrependido. Muita guitarra e muito parafuso a menos na cabeça do vocalista Patrick Stickles fizeram deste concerto uma das grandes memórias que levo desta edição do festival.

4. Explosions In The Sky

Não consigo dizer de cor o nome de uma única música deles e, no entanto, adoro-os. Um concerto sem voz nem distrações. Era música que os Explosions In The Sky tinham para nos dar e foi isso que fizeram brilhantemente.

5. Neko Case

Alguém me disse que o concerto de Neko Case tinha sido mesmo bom para dormir. Não posso dizer que discorde. Eu estava quase a dormir de pé… mas a experiência é inigualável (e boa). Adormecer ao som da voz e da maravilhosa country de Neko Case é um luxo que não está propriamente acessível a todos, não?

Houve mais concertos – uns bastante porreiros, outros absolutamente esquecíveis – mas estes são os meus grandes destaques. Ah, e das 11 canções que gostava de ter ouvido no festival, consegui riscar apenas quatro cinco: “Out of Time” dos Blur, “Colombia” dos Local Natives, “Yet Again” dos Grizzly Bear e, “A More Perfect Union” dos Titus Andronicus e ““The Birth And Death Of The Day” dos Explosions In The Sky (acrescentada depois da chamada de atenção da Sílvia nos comentários – eu avisei que não conhecia as músicas!). Podia ter sido pior.

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