Arquivo de Elliott Smith - Ouve-se https://ouve-se.com/tag/elliott-smith/ Música que não sai da cabeça Mon, 26 Feb 2018 21:46:50 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.4 https://ouve-se.com/wp-content/uploads/2017/11/cropped-disc-vinyl-icon-95145-32x32.png Arquivo de Elliott Smith - Ouve-se https://ouve-se.com/tag/elliott-smith/ 32 32 A tralha de Elliott Smith é melhor que a vossa https://ouve-se.com/2016/02/a-tralha-de-elliott-smith-e-melhor-que-a-vossa/ Mon, 01 Feb 2016 11:33:31 +0000 https://ouve-se.com/?p=934 A banda sonora de Heaven Adores You diz-nos mais sobre Elliott Smith do que o próprio documentário. Heaven Adores You, o documentário de Nickolas Rossi sobre Elliott Smith, já por aí anda há algum tempo. Em Portugal, pudemos vê-lo no cinema em 2014 durante o Doclisboa e podemos vê-lo agora no iTunes, em DVD ou Blu-ray. Apesar de abordar todos os …

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A banda sonora de Heaven Adores You diz-nos mais sobre Elliott Smith do que o próprio documentário.

Heaven Adores You, o documentário de Nickolas Rossi sobre Elliott Smith, já por aí anda há algum tempo. Em Portugal, pudemos vê-lo no cinema em 2014 durante o Doclisboa e podemos vê-lo agora no iTunes, em DVD ou Blu-ray.

Apesar de abordar todos os pontos importantes que associamos à carreira de Elliott Smith – a infância, a adolescência, as primeiras bandas, os Heatmiser, a nomeação para um Óscar, os problemas com drogas e a morte -, o filme não é suficientemente profundo e, durante a maior parte do tempo, parece simplesmente uma homenagem de um fã.

É, portanto, curioso que a banda sonora acabe por falar mais alto sobre a vida de Elliott Smith do que o filme. Mas é o que acontece.

Impossível de abordar como um álbum, a banda sonora de Heaven Adores You editada esta semana tem todas as características de uma caixa de tralha guardada há anos num sótão. Só que a tralha de Elliott Smith é muito melhor que a nossa.

A superficialidade do filme tem na banda sonora, ao mesmo tempo, uma antítese e um complemento. Aquela beleza na dor que nos habituámos a associar a Elliott Smith está muito mais presente em temas como a versão a solo de “Plainclothes Man”, originalmente editada por Elliott Smith com os Heatmiser, ou a desarmante demo de “Waltz #1” do que no documentário. E sim, esta compilação de raridades, demos e versões alternativas é um exercício de nostalgia, claro, como é o próprio documentário. Mas ao contrário do documentário, fala por si e não deixa nada por dizer – porque está completamente focada na música.

Os que não conhecem Elliott Smith não vão encontrar aqui muito com que se entreter (mas convém perguntarem a vocês próprios o que andam a fazer com a vossa vida), isto é definitivamente para fãs.

Canções como a bluesy “Untitled Soft Song In F” ou outras faixas sem título acrescentam pouco à brilhante carreira do músico norte-americano, mas permitem olhar para a música dele através de uma lente diferente, algo importante para os que precisam de completar o quadro que, aos olhos de muitos fãs, Elliott Smith não terminou de pintar.

Com espaço para tudo, o disco apresenta-nos o tema com que o documentário encerra: “I Love My Room”, uma espécie de “Bohemian Rhapsody” adolescente, pouco seletiva e extremamente descritiva gravada por Elliott Smith com 14 anos.

Mas vamos ao ponto alto. Incluída originalmente na banda sonora de Good Will Hunting, “Miss Misery” foi o tema que maior notoriedade trouxe a Elliott Smith. Valeu-lhe uma nomeação para um Óscar e valeu-nos esta incrível atuação na cerimónia em que Céline Dion acabou por vencer o prémio de melhor canção sem surpresas, graças a Titanic e “My Heart Will Go On”.

Graças à nomeação para os Óscares, Elliott Smith acabou por se estrear ao vivo num programa televisivo. Foi no Late Night With Conan O’Brien e o resultado foi uma versão acústica (como quase sempre) de “Miss Misery” crua e simples, algo cada vez mais raro neste tipo de programas. É essa versão que podem ouvir no disco e não há muitas palavras que lhe façam jus.

Mas a música de Heaven Adores You – o disco – acaba por funcionar muito bem sozinha, sem grandes necessidades de contexto. Temas como “Christian Brothers” (com os Heatmiser) e a versão de “Say Yes” gravada ao vivo no Yo Yo Festival em 1997 são, só por si, bons motivos para ouvir o disco. E sabem que mais? O disco é bom. Não em produção, não em música revolucionária. Mas como fotografia ou uma série de fotografias tiradas nos bastidores da obra de Elliott Smith. E é possível que vos leve a mergulhar novamente na música dele.

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Heaven Adores You – um documentário sobre Elliott Smith https://ouve-se.com/2014/10/heaven-adores-you-um-documentario-sobre-elliott-smith/ Wed, 29 Oct 2014 16:00:08 +0000 https://ouve-se.com/?p=234 Heaven Adores You é um documentário dedicado à vida e sobretudo à música de Elliott Smith. Estreou em Portugal durante o Doclisboa e, tendo em conta a minha descoberta tardia no ano passado, não podia deixar de ir ver o filme. E fui. Realizado por Nickolas Rossi, Heaven Adores You parece mais uma homenagem feita por um fã do que um documentário recheado …

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Heaven Adores You

Heaven Adores You é um documentário dedicado à vida e sobretudo à música de Elliott Smith. Estreou em Portugal durante o Doclisboa e, tendo em conta a minha descoberta tardia no ano passado, não podia deixar de ir ver o filme. E fui.

Realizado por Nickolas Rossi, Heaven Adores You parece mais uma homenagem feita por um fã do que um documentário recheado de informação para os que querem saber mais sobre a vida e a música de Elliott Smith.

Reparem, os pontos-chave estão lá todos: a infância, a adolescência, as primeiras bandas, os Heatmiser, a nomeação para um Oscar, os problemas com drogas e a morte. Mas nenhum deles é explorado com a profundidade que gosto de ver em documentários. Parece mais uma versão longa de um vídeo promocional sobre a carreira de Elliott Smith do que um documentário. Se calhar não foi fácil ter acesso a um número suficiente de bons entrevistados, o que dificulta o trabalho, mas este não é o único problema do filme.

Com uma abordagem meio focada nas cidades por onde Elliott Smith passou – Dallas, Portland, Nova Iorque e Los Angeles -, o realizador não se limita a utilizá-las como cenário. Dá-lhes um protagonismo visual – com longas panorâmicas aéreas em câmara lenta – que não acrescenta nada ao filme. A ideia, creio, era deixar o filme respirar, dar espaço ao espetador para refletir, assimilar e entrar a sério na história da vida de Elliott Smith.

O problema é que Heaven Adores You não nos dá conteúdo suficiente para precisarmos de tempo para refletir. Não há uma fase da vida ou da carreira de Elliott Smith que tenha merecido uma profundidade de tratamento que justifique reflexões. É tudo superficial.

Mas não quero que fiquem com uma ideia errada. Se gostam de Elliott Smith, vão gostar pelo menos um bocadinho do filme.

Além de nos proporcionar um olhar sobre a vida de Elliott Smith, Heaven Adores You está cheio de música dele, entre as quais versões ao vivo de temas como “Waltz #2” e “Everything Means Nothing To Me”, por exemplo. E ainda a joia da coroa, uma canção que Elliott gravou com 14 anos chamada “I Love My Room”, uma espécie de “Bohemian Rhapsody” adolescente pouco seletiva e extremamente descritiva… mas com claros indicadores sobre o talento que o músico viria a confirmar mais tarde.

No meu caso, o filme teve ainda o efeito de me empurrar de novo para o caldeirão da música de Elliott Smith. Não é totalmente inesperado, certo?

Heaven Adores You é um documentário giro mas não muito mais do que isso. Tem pormenores engraçados, sobretudo nas entrevistas a Jon Brion e a Joanna Bolme, ex-namorada de Elliott Smith, e na fase em que “Miss Misery” foi nomeada para os Oscars (as referências a Céline Dion são sempre um ponto positivo). Mas durante a maior parte do tempo, Heaven Adores You limita-se a um formato próximo de um daqueles “Behind the music” a que a VH1 nos habituou – não é um documento essencial para quem quer conhecer Elliott Smith.

Se querem fazê-lo, este artigo poderá demorar um pouco mais a ler do que o filme demora a passar… mas o sentimento será bem mais satisfatório.

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Numa nota mais pessoal – à descoberta de Elliott Smith https://ouve-se.com/2013/12/numa-nota-mais-pessoal-a-descoberta-de-elliott-smith/ Mon, 30 Dec 2013 10:37:04 +0000 https://ouve-se.com/?p=339 Todos os anos é a mesma coisa. Há sempre alguma novidade antiga, alguma revelação, alguma epifania que me faz questionar os meus métodos de pesquisa de música. Em vez de resoluções para o novo ano, tenho resoluções de anos antigos. Este ano, pela ocasião do 10º aniversário da sua prematura morte, Elliott Smith entrou definitivamente na minha vida. Aconteceu-me o …

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ESmith

Todos os anos é a mesma coisa. Há sempre alguma novidade antiga, alguma revelação, alguma epifania que me faz questionar os meus métodos de pesquisa de música. Em vez de resoluções para o novo ano, tenho resoluções de anos antigos. Este ano, pela ocasião do 10º aniversário da sua prematura morte, Elliott Smith entrou definitivamente na minha vida.

Aconteceu-me o mesmo que em anos anteriores e não sei porque é que não aprendo. O resultado é invariavelmente o mesmo todos os anos (e este ano não foi exceção): uma overdose de música de um artista ou de uma banda. Eu nem me posso queixar especialmente, que lido bastante bem com isso. Os meus amigos, no entanto, não podem dizer o mesmo.

Eu ouço as coisas demasiadas vezes. É que não é só ouvir Elliott Smith sem parar – é ouvir meia dúzia de canções dele. Portanto, aquilo que para mim é um processo de descoberta gradual – gosto muito de uma música, ouço-a até não poder mais… e só depois passo para a seguinte –, para as outras pessoas é só “porque raio é que não ouves outra coisa, Filipe?”. Cada um tem a sua cruz. Mas, como disse, não me posso queixar especialmente.

top oficial de 2013 está publicado e não me envergonha. Mas há um top oficioso, um que não respeita datas de lançamento e não tem em conta nada mais senão aquilo que me chega aos ouvidos. E nada em 2013 me chegou tão bem aos ouvidos como a música de Elliott Smith.

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Elliott Smith: 10 anos e 10 dias depois https://ouve-se.com/2013/10/elliott-smith-10-anos-e-10-dias-depois/ Thu, 31 Oct 2013 21:25:37 +0000 https://ouve-se.com/?p=1597 Faz hoje dez anos e dez dias que Elliott Smith morreu. E há dez dias, precisamente, levantou-se um vendaval de música para os meus lados. O resultado, esse, foi uma epifania. Nunca lhe tinha ligado muito. Tinha um disco dele, o Figure 8. Era um álbum giro, dizia eu. E agora é isto. Elliott Smith …

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Faz hoje dez anos e dez dias que Elliott Smith morreu. E há dez dias, precisamente, levantou-se um vendaval de música para os meus lados. O resultado, esse, foi uma epifania.

Nunca lhe tinha ligado muito. Tinha um disco dele, o Figure 8. Era um álbum giro, dizia eu. E agora é isto. Elliott Smith é o meu mais recente vício e eu não sei o que fazer senão planear uma ida às compras e ouvir o máximo de música dele que conseguir.

“Roman Candle”, de que já falei aqui, foi amor à primeira vista. Mas nestes dez dias não têm faltado concorrentes. “Between The Bars” e “Angeles” são casos óbvios. Também o é a canção que valeu a Elliott Smith uma nomeação para os Oscars: “Miss Misery”.

Mas até as do álbum anteriormente conhecido como giro e agora espetacular, Figure 8, têm tido lugar especial nas minhas repetitivas playlists dos últimos dias: “Can’t Make A Sound”, “Wouldn’t Mama Be Proud” e a enorme “Stupidity Tries” não têm parado de rodar por aqui.

O problema é que há demasiada música por ouvir. E sim, tenho noção de que é um problema equivalente a ter Messi, Ronaldo, Ibrahimovic, Neymar, Ribery eLewandowski na mesma equipa e ter de deixar dois de fora – é uma dor de cabeça boa, como dizem os jornais desportivos.

E aquelas pequenas pérolas meio escondidas, meio nem por isso, como “No Name #1″ ou “Southern Belle”, só tornam o processo mais intenso. Às tantas, já só me pergunto qual será a próxima canção a revelar-se.

Deem-me tempo. Uns fecham para obras, outros vão pescar. Eu ouço tudo o que há para ouvir de determinado artista. Cansativo? Sim, sobretudo para vocês epara os meus amigos que me aturam nestas alturas. Mas a culpa também é deles (e vossa). Ou acham que estas coisas acontecem sem ajuda nenhuma? Eu sou eu e a minha circunstância, já lá dizia o outro (Ortega y Gasset, mais especificamente).

Uma coisa é certa: estou a adorar a viagem. Ele já fez toda a música que tinha para fazer, infelizmente. Mas até agora ainda não me cruzei com uma única que não fosse boa. Tem de ser uma espécie de recorde, isso.

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Descobrir música por acaso https://ouve-se.com/2013/10/descobrir-musica-por-acaso/ Sun, 27 Oct 2013 21:44:52 +0000 https://ouve-se.com/?p=1606 No que a descobrir música diz respeito, tenho algumas técnicas mais ou menos bem definidas. Entre as várias ferramentas de descoberta que o Spotify disponibiliza, os artistas recomendados do Last.fm, as notícias e críticas dos principais sites de música e as recomendações feitas por amigos, acho que tenho uma rede bastante bem montada. Aliás, parece-me …

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No que a descobrir música diz respeito, tenho algumas técnicas mais ou menos bem definidas. Entre as várias ferramentas de descoberta que o Spotify disponibiliza, os artistas recomendados do Last.fm, as notícias e críticas dos principais sites de música e as recomendações feitas por amigos, acho que tenho uma rede bastante bem montada. Aliás, parece-me seguro dizer que só não conheço mais música porque sou um tanto ou quanto preguiçoso e tendo a tornar os meus artistas e bandas preferidos em objetos de obsessão.

Há, no entanto, uma ferramenta de descoberta musical que normalmente não identifico enquanto tal: o acaso. Bem sei que chamar-lhe ferramenta pode ser abusivo, mas deixem-me explorar o tema.

Quantas das vossas bandas favoritas descobriram por acaso ou graças a uma série de coincidências? Eu tenho umas quantas e Eels e Low são, provavelmente, os dois exemplos mais gritantes – decidi um dia na Fnac que ia aventurar-me com bandas que não conhecesse e escolhi estas duas. O resto é história. Mas há mais e até os Radiohead entraram na minha vida um pouco pela porta das traseiras (salvo seja).

Esta semana aconteceu-me novamente. Com outros fatores à mistura, atenção… mas o acaso foi, de facto, a peça fundamental do puzzle. Já conhecia Elliott Smith e até já tinha um disco dele mas, por ocasião dos dez anos da sua morte, fui ouvir uma canção. Comentei qualquer sobre o assunto com a Sílvia, que é fã dele, e ela falou-me de mais duas ou três músicas. Até aqui, não tinha havido acaso nenhum. Mas até aqui também não tinha havido aquele clique. Até que, distraído pelo trabalho, deixei o Spotify a tocar a lista de músicas que apareciam na pesquisa e, a determinada altura, começou “Roman Candle”.

E pronto. Foi como uma epifania… mas deixo isso para outra altura.

Estou certo de que veem nisto pouca influência do acaso. Mas posso garantir-vos que foi graças a ele e àquela espécie de distração que Elliott Smith me agarrou. Tal como tinha acontecido antes com Eels, Low e Life Without Buildings.

Eu sei que sou um tipo relativamente pessimista mas… já pensaram na quantidade de música perfeita para vocês com que nunca se cruzarão por mero acaso? Só me vem à cabeça a citação de José de Almada Negreiros acerca dos livros (mas bem podia ser sobre música) que surge em grande destaque na estação de metro do Saldanha, em Lisboa:

“Deve haver certamente outras maneiras de uma pessoa se salvar, senão… estou perdido.”

Pois.

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