Arquivo de Jeff Buckley - Ouve-se https://ouve-se.com/tag/jeff-buckley/ Música que não sai da cabeça Fri, 23 Feb 2018 23:24:53 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.4 https://ouve-se.com/wp-content/uploads/2017/11/cropped-disc-vinyl-icon-95145-32x32.png Arquivo de Jeff Buckley - Ouve-se https://ouve-se.com/tag/jeff-buckley/ 32 32 Ao vivo a música é outra https://ouve-se.com/2016/03/ao-vivo-a-musica-e-outra/ Wed, 23 Mar 2016 11:23:01 +0000 https://ouve-se.com/?p=925 A difícil arte de transformar um concerto num disco. Sabem aquela sensação de ir dos zero aos cem em menos de nada com que somos confrontados num grande concerto? Aqueles momentos de felicidade absoluta? A mistura entre cansaço e papo cheio no final da noite? Um álbum ao vivo nunca conseguirá produzir efeitos semelhantes. E, …

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Live

A difícil arte de transformar um concerto num disco.

Sabem aquela sensação de ir dos zero aos cem em menos de nada com que somos confrontados num grande concerto? Aqueles momentos de felicidade absoluta? A mistura entre cansaço e papo cheio no final da noite?

Um álbum ao vivo nunca conseguirá produzir efeitos semelhantes. E, devo dizê-lo, enquanto álbum é normalmente um produto inferior. Não foi feito para estar fechado num disco em estado puro; foi feito para conviver.

Haverá certamente exceções, mas é quase indiferente para este artigo. Um dos aspetos mais interessantes dos álbuns ao vivo é a abordagem dos artistas à sua própria música, tanto ao nível das canções como da obra no geral. Isso e a construção de um espetáculo como algo mais do que a transposição da música para um evento público, como algo único possível de captar em disco.

Olhemos para o aparato de Pulse, álbum ao vivo que encapsula a digressão deThe Division Bell, dos Pink Floyd, como exemplo claro, quase caricaturais deste último tipo de abordagem.

Mas, se me perguntarem, é em pormenores um tanto ou quanto mais discretos que se encontram as verdadeiras preciosidades. Na bateria tresloucada de Keith Moon ao longo de Live At Leeds, dos The Who. Nas histórias e nos falsos começos de Jeff Buckley na Legacy Edition de Live At Sin-é, EP editado originalmente em 1993 que se transformou em álbum duplo dez anos depois. Em “True Love Waits”, canção sem edição de estúdio dos Radiohead que encerra I Might Be Wrong: Live Recordings, de 2001.

Este último (bem como Pulse e uma parte significativa dos álbuns gravados ao vivo) contém gravações de vários concertos, ao contrário do mencionado álbum dos The Who, gravado na Universidade de Leeds a 14 de fevereiro de 1970 e considerado por uma quantidade razoável de críticos o melhor álbum ao vivo de sempre. Confesso que, no plano teórico, a última abordagem me parece bastante mais corajosa e apontada à grandeza. Também me parece mais difícil de fazer bem, dado o rol de fatores que afeta qualquer concerto – dos problemas técnicos à energia do público, entre muitos outros. Mas quem não arrisca não petisca.

O problema com os álbuns ao vivo é que, na maior parte das vezes, o petisco não é uma iguaria. Deem-me versões diferentes, novas canções e outras surpresas – aceito-as de bom grado. Mas a verdade é que, se pudesse escolher, é possível que optasse por ouvir aquelas versões diferentes, novas canções e outras surpresas gravadas em estúdio, em que o foco está totalmente no produto.

Podemos falar de como ao vivo as canções ganham novos contornos e os artistas simplesmente vão na onda. Não me faltam exemplos próximos do coração.

versão alternativa de “Terrible Love”, dos The National, foi uma espécie de single, teve direito a vídeo e está apenas num segundo disco da edição especial de High Violet. Mas antes houve esta, que é a que está no álbum. Não é uma terrible version, mas, depois de a banda ter começado a tocá-la ao vivo, a canção transformou-se.

O mesmo aconteceu com a fantástica “Beth/Rest”, de Bon Iver, que tem duas belas versões: a do álbum e a de um iTunes EP que a banda disponibilizou – como o próprio título dá a entender – em exclusivo no iTunes. As diferenças não são gigantes, mas não me tirem a versão do EP, por favor. É mais próxima da que a banda tocava ao vivo na digressão de Bon Iver, Bon Iver e, só pela parte final, já valia a pena.

Por fim, os meus Radiohead. Apesar de não ter ficado plenamente convencido com The King Of Limbs quando a banda o lançou em 2011, “Bloom” sempre foi um bom tema de abertura. Mas não soaria bem ao vivo. Isto sim:

Percebem a ideia. Nestes casos, tenho a sorte de ter versões limpas (sem público e com qualidade de estúdio) de canções que adoro. Mas soam melhor do que ao vivo? Deixem-me responder com uma referência bem obscura e relativamente parva, citando o Ulisses de Ai os Homens: não.

Uma coisa é certa: por mais que piquemos aqui e ali, os álbuns ao vivo só fazem sentido como um todo, até porque a tentativa (condenada ao fracasso) de replicar o espírito da música ao vivo assim o dita. O sucesso, esse, depende de muitas coisas. Alguém acredita que At Folsom Prison, de Johnny Cash, teria sido tão bom se não tivesse sido gravado numa prisão? E teria The Long Goodbye: LCD Soundsystem Live At Madison Square Graden a mesma força se não retratasse a despedida (claramente revogável) da banda de James Murphy?

Não vale a pena achar que ouvir um álbum destes é quase como lá ter estado. Não é, nunca será. Pode até ser um símbolo ou uma espécie de substituto menor, mas ao vivo a música é outra.

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You And I: nada de novo, nada de mau https://ouve-se.com/2016/03/you-and-i-nada-de-novo-nada-de-mau/ Mon, 14 Mar 2016 11:29:45 +0000 https://ouve-se.com/?p=928 A mais recente edição póstuma de Jeff Buckley leva-nos por caminhos familiares. Já passei pelas fases todas por que passa um fã de Jeff Buckley. O mergulho, em que ouvi Grace de forma obsessiva vezes e vezes sem conta até me cansar. O cinismo, em que comecei a duvidar das intenções de Mary Guibert, mãe, guardiã do legado …

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Jeff-Buckley-You-And-I

A mais recente edição póstuma de Jeff Buckley leva-nos por caminhos familiares.

Já passei pelas fases todas por que passa um fã de Jeff Buckley.

O mergulho, em que ouvi Grace de forma obsessiva vezes e vezes sem conta até me cansar. O cinismo, em que comecei a duvidar das intenções de Mary Guibert, mãe, guardiã do legado de Jeff Buckley e produtora de todas as edições póstumas, exatamente pela frequência elevada com que eram editados e reeditados discos dele. O desprezo, não por ele, mas pelas edições (mais especificamente So Real: Songs From Jeff Buckley, uma espécie de compilação, editada em 2007, de grandes êxitos – o que quer que isso seja quando se editou apenas um álbum em vida).

Agora, apercebo-me, estou naquilo que parece ser a última fase: a normalização. Sabia que não me esperava uma revolução quando ouvi falar do novo You And I, disco de demos gravadas em 1993, pela altura do lançamento de Live at Sin-é, a primeira edição de Jeff Buckley. Sabia que seria difícil ficar maravilhado com alguma coisa. Entre as Legacy Editions de Grace e Live at Sin-é, bem como The Grace EPsSketches For My Sweetheart The Drunk e os álbuns ao vivo, parece-me óbvio que a curta carreira de Jeff Buckley foi suficientemente coberta e visitada.

Mas, ao contrário do que aconteceria nos meus tempos de cinismo e desprezo, recebi a notícia com agrado. Nunca precisei de argumentos para revisitar Jeff Buckley, mas é sempre bom saber dele. Não deixa de ser estranho que um tipo que morreu há quase 20 anos se mantenha tão presente nas nossas vidas musicais, mas agora convivo bastante bem com isso.

Se estão minimamente familiarizados com a carreira de Jeff Buckley, You And I não traz conceitos novos para vocês. São demos – a maior parte delas de canções de outros artistas – e, como demos que são, não são produtos apropriados para consumo generalizado. É giro ouvir mais uma versão imberbe de “Grace” (a primeira gravada em estúdio), mas nunca nada bateu a versão final da canção. “Calling You”, originalmente interpretada por Jevetta Steele, e “Just Like A Woman”, de Bob Dylan, são bons docinhos, mas há muito tempo que as versões ao vivo da Legacy Edition de Live At Sin-éme conquistaram. É porreiro ouvi-lo tocar Sly & The Family Stone (“Everyday People”), Led Zeppelin (“Night Flight”) e The Smiths (“The Boy With The Torn In His Side” e “I Know It’s Over”, um clássico que pertence quase tanto a Buckley como à banda britânica), mas só se nunca tivermos ouvido Jeff Buckley é que You And I pode sobressair de alguma forma.

“Dream Of You And I”, meia canção, meia ideia em desenvolvimento para o que viria mais tarde a ser “You And I”, canção editada em Sketches For My Sweetheart The Drunk, o primeiro álbum póstumo de Jeff Buckley, simboliza na perfeição o estado a que as edições de Jeff Buckley chegaram. Ganhei noção, enquanto a ouvia, de que estava a ouvir a descrição musicada de uma ideia para uma canção futura. E qualquer dia dou por mim a ouvir álbuns que afinal são audiolivros de Jeff Buckley. Mas tudo bem.

Um disco novo de Jeff Buckley não é um disco realmente novo e dificilmente seria um disco de Jeff Buckley se ele estivesse vivo, creio. Mas – e é também aqui que me sinto normalizado – continua a ser uma belíssima viagem. Conhecemos tudo e estamos mais do que habituados à paisagem, mas o facto de tudo nos ser familiar não belisca a qualidade intrínseca do que lá está, apenas a nossa experiência. Se conseguirem esquecer-se disso por momentos, pode ser que consigam desfrutar do que You And I tem para oferecer.

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20 anos de Grace e a minha relação com Jeff Buckley https://ouve-se.com/2014/08/20-anos-de-grace-e-a-minha-relacao-com-jeff-buckley/ Fri, 15 Aug 2014 16:32:27 +0000 https://ouve-se.com/?p=253 A primeira vez que ouvi Jeff Buckley, em 2003, já bastante tempo depois de ele ter morrido, foi graças a uma amiga que entretanto se foi. Grace foi editado pela primeira vez há 20 anos, no dia 15 de agosto de 1994. Saiu primeiro no Reino Unido, tendo chegado uma semana depois aos Estados Unidos. A expectativa em …

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Jeff Buckley - Grace

A primeira vez que ouvi Jeff Buckley, em 2003, já bastante tempo depois de ele ter morrido, foi graças a uma amiga que entretanto se foi.

Grace foi editado pela primeira vez há 20 anos, no dia 15 de agosto de 1994. Saiu primeiro no Reino Unido, tendo chegado uma semana depois aos Estados Unidos. A expectativa em relação a Grace era enorme – Jeff Buckley tinha chamado a atenção de muita gente com as suas atuações ao vivo – e, talvez por isso, a receção inicial acabou por ser morna. As expectativas da maioria, quaisquer que fossem, não tinham sido cumpridas.

Mas o facto de Grace ter sido acarinhado por grandes nomes da música como Paul McCartney, Jimmy Page e Lou Reed contribuiu certamente para que as opiniões sobre o álbum se fossem alterando com o tempo. Juntem-lhe os concertos memoráveis da banda um pouco por todo o mundo entre 1995 e 1996 e, finalmente, a morte de Jeff Buckley por afogamento a 29 de maio de 1997 e a fórmula fica completa. Venha o culto.

Jeff Buckley é um dos músicos mais influentes da década de 90. E Grace é justamente considerado um dos melhores álbuns da década pela crítica. E se me perguntarem a mim, considero-o um dos melhores de sempre. Uma obra-prima. Um 10 em 10. Um álbum perfeito.

Sou suspeito, já que não consigo dissociá-lo do contexto em que comecei a ouvi-lo. É por isso que falo da minha amiga que se foi. Que se foi para o estrangeiro, para o outro mundo ou, talvez mais acertadamente, para algures entre dois.

Em retrospetiva, a minha paixão pela música de Jeff Buckley está diretamente associada à passagem meteórica desta pessoa pela minha vida. Foi ela que mo apresentou, foi com ela que o fui descobrindo. E foi na companhia da música dele que me despedi dela. Não poderia ter sido de outra forma.

A primeira canção que ouvi dele foi “Lover, You Should’ve Come Over”. Daí até “Last Goodbye” foi um saltinho. E depois veio a hipnótica e enevoada “Dream Brother”, que se agarrou a mim como uma lapa durante muito tempo. “Mojo Pin”, “Grace”, “Lilac Wine”, “Eternal Life”, “So Real” e, claro, “Hallelujah”… todas elas me soam especiais aos ouvidos. E neste chorrilho de referências só falta mesmo “Corpus Christi Carol”, que, por mais bonita que seja, nunca levantou voo comigo. No entanto, não mancha o álbum nem um bocadinho.

Grace é uma entidade estranha na minha vida. Porque é o único álbum digno desse nome que Jeff Buckley editou. Porque tenho com a música do álbum uma relação única, diferente de todas as que tenho com a música de outros artistas, quer goste mais ou menos deles. Porque é como se Grace estivesse num pedestal, isolado e inalcançável ao ponto de quase querer continuar a ouvir tudo “de fora”, ao contrário do que faço normalmente: mergulhar na música e na história dos meus artistas favoritos de forma quase doentia. E é aqui que os mundos se tocam e a minha relação com Grace encontra a minha relação com quem mo pôs nos ouvidos. Porque aquilo da “entidade estranha” não se aplica só ao álbum. Porque também ela era única. Porque foi muito difícil para mim explorar o mundo dela. E porque, tal como acontece com a música de Jeff Buckley, há um efeito de cristalização difícil de afastar. Mas é indiferente. Deixo-vos em paz.

Não se deixem enganar pela dimensão externa à música que envolve a minha relação com o álbum. Bem sei que o contexto é quase tudo mas a música só se cola assim às nossas vidas quando é extraordinária. E Grace é uma coleção de canções maravilhosas, algumas belíssimas, outras estranhas… mas todas elas extraordinárias, definitivamente.

Se nos focarmos em Grace, o resto transforma-se em pouco mais que ruído: a morte dele, as edições póstumas, a influência que teve em músicos de vários quadrantes e, no meu caso específico, até a minha relação pessoal com a música dele. Porque, quando ouvimos “Dream Brother”, é como se nada mais houvesse além da própria canção. Quando ouvimos “Lover, You Should’ve Come Over”, “Grace” e “Last Goodbye”, a mesma coisa. Até as covers mais ilustres como “Lilac Wine” e “Hallelujah” conseguem anular o que as rodeia, inclusivamente as suas encarnações passadas bem sucedidas.

Grace é intemporal, como o próprio Jeff Buckley. Posso passar meses sem o ouvir. Mas acabo por regressar e nunca termino a escuta a pensar que não valeu a pena. Fica melhor com o tempo, como acontece geralmente com tudo aquilo que é genuinamente bom.

Mas, passados 20 anos do seu lançamento, “genuinamente bom” ainda não chega para descrever o que Grace representa. Certamente não para mim.

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“Just Like A Woman”: Bob Dylan vs. Jeff Buckley https://ouve-se.com/2014/02/just-like-a-woman-bob-dylan-vs-jeff-buckley/ Thu, 06 Feb 2014 21:56:06 +0000 https://ouve-se.com/?p=313 “Just Like A Woman” é uma das canções mais emblemáticas de Bob Dylan. Editada com o resto de Blonde on Blonde em 1966, não é nenhuma “Like A Rolling Stone” mas não fica muito atrás. Há quem lhe chame misógina – “you fake just like a woman”, pá – mas acho que só uma leitura …

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Jeff Buckley no Sin-é

“Just Like A Woman” é uma das canções mais emblemáticas de Bob Dylan. Editada com o resto de Blonde on Blonde em 1966, não é nenhuma “Like A Rolling Stone” mas não fica muito atrás.

Há quem lhe chame misógina – “you fake just like a woman”, pá – mas acho que só uma leitura muito superficial poderia fazer-me chegar a essa conclusão. Ver numa canção como esta apenas isso é negar à canção, ao autor e às personagens a sua individualidade. Contar uma história, seja em que formato for, não é obrigatoriamente uma tomada de posição sobre a sociedade ou o que quer que seja. Às vezes é só isso mesmo: contar uma história. Da mesma maneira que, quando insultam ou elogiam uma pessoa, isso não é automaticamente extensível a determinado grupo de pessoas. Mas adiante.

A música é fantástica. O tom desdenhoso e sobranceiro de Bob Dylan não lhe é totalmente estranho mas é mais feitio que defeito: está-lhe na voz. Ou estava, que, no que diz respeito à voz, ele nos últimos anos aproximou-se mais do cozinheiro sueco dos Marretas.

Quando penso em “Just Like A Woman”, no entanto, penso mais em Jeff Buckley do que em Bob Dylan. Primeiro, porque a minha relação com Buckley é bastante mais próxima e significativa (vou culpar a minha idade, está bem?). Depois, porque o meu primeiro contacto a sério com a canção foi a cover que ele tem na fantástica reedição de Live At Sin-é.

Mas não é só por isso, claro. É que, enquanto Bob Dylan entra, diz o que tem a dizer e abandona a sala, Jeff Buckley chega meia hora antes, debruça-se sobre todos os pormenores, dá 700 voltas à canção e embeleza-a até não poder mais. E o resultado é maravilhoso.

A “Just Like A Woman” de Bob Dylan é muito boa e visito-a vezes suficientes para haver um elo. Mas a ligação que sinto à “Just Like A Woman” de Jeff Buckley é de um nível superior. É marcada pela minha total reverência, por um certo amor incondicional. Amor incondicional pela guitarra, pela voz, pela cadência e, claro, pelos diferentes contextos (o disco, a minha vida, etc.) em que a canção se insere.

Dizer que uma é melhor que a outra é relativamente injusto (afinal, Bob Dylan é que teve o trabalho de a criar). Mas acho que já perceberam para onde pende a balança, certo?

“Just Like A Woman” – a versão de Jeff Buckley

Bob Dylan e a versão original

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EMI parece a mãe do Jeff Buckley https://ouve-se.com/2009/01/emi-parece-a-mae-do-jeff-buckley/ Sat, 17 Jan 2009 23:23:46 +0000 https://ouve-se.com/?p=1385 A EMI, que está pela hora da desgraça, quer fazer render o peixe. Depois de uma caixa com todos os álbuns dos Radiohead em digipack (não comprei) e em versão digital numa pen USB (também não) e de um best of mais ou menos saloio (comprei a edição normal, a especial e o DVD…), a …

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A EMI, que está pela hora da desgraça, quer fazer render o peixe.

Depois de uma caixa com todos os álbuns dos Radiohead em digipack (não comprei) e em versão digital numa pen USB (também não) e de um best of mais ou menos saloio (comprei a edição normal, a especial e o DVD…), a EMI descobriu mais coisas.

Muito ao estilo das Legacy Editions da Columbia (que por sua vez é detida pela Sony Music), a EMI vai lançar edições especiais dos três primeiros álbuns dos Radiohead: Pablo Honey, The Bends e OK Computer. Segundo noticia a Billboard, o primeiro terá algumas pérolas interessantes (as músicas de Drill, o primeiro EP de Radiohead – um que ainda espero conseguir comprar no eBay quando tiver 300 euros para dar por um CD de quatro músicas mediano – e uns b-sides dos singles Creep e Anyone Can Play Guitar, esperemos).

Sim, vou comprar, é certo. Mas é um caso especial: colecciono discos de Radiohead, há que fazer pela vida (e isto dá uma bela racionalização…). De resto, sinto-me até um pouco sujo por participar neste jogo.

(Quanto à comparação do título, é que a mãe do Jeff Buckley faz render o peixe – leia-se “o filho” – até à última. Para ser sincero, acho que ainda vai chegar aí uma reedição espectacular com novas versões ao vivo nunca antes bla bla bla do Sketches for my sweetheart the drunk, o álbum póstumo. E depois começa tudo de novo.)

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A provocação das 7 canções https://ouve-se.com/2008/11/a-provocacao-das-7-cancoes/ Sat, 08 Nov 2008 15:49:16 +0000 https://ouve-se.com/?p=1254 Vou fazer uma coisa que não faço habitualmente, que é ceder a este tipo de provocações (há quem lhes chame memes… mas quando me metem ao barulho, transformam-se em provocações). O Gonçalo Trindade, cujo blog sigo há já algum tempo, desafiou-me a escolher as minhas sete canções favoritas de todos os tempos e a desafiar sete pessoas a fazer …

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Vou fazer uma coisa que não faço habitualmente, que é ceder a este tipo de provocações (há quem lhes chame memes… mas quando me metem ao barulho, transformam-se em provocações). O Gonçalo Trindade, cujo blog sigo há já algum tempo, desafiou-me a escolher as minhas sete canções favoritas de todos os tempos e a desafiar sete pessoas a fazer o mesmo (esta é a parte de que normalmente não gosto porque me recorda aquelas belas correntes…). Aceito, a modos que a custo… mas aceito.

É ao segundo parágrafo que entra o meu disclaimer: amanhã ou depois, este conjunto de sete seria diferente. Mas é música pop… so, who cares?

Vamos tentar fazer isto por ordem… e com uma regra apenas: uma música por banda.

1. “Fake Plastic Trees”, Radiohead

Sabem que mais? Ainda estou para ter a certeza relativamente a isto. Não sei se a “Fake Plastic Trees” é minha música favorita dos Radiohead mas, se for, é a minha favorita de todas as que existem. A letra e a música são fantásticas e a história de a terem gravado depois de verem um concerto de Jeff Buckley, a ser verdade, é das melhores coisas de sempre. A banda, essa, já todos sabemos que é a melhor.

2. “Ibi Dreams of Pavement (A Better Day)”, Broken Social Scene

Bem sei que sou a única pessoa que adora de morte os Broken Social Scene… mas ei!, este post é sobre as minhas canções favoritas, por isso, está esta aqui, sem hipótese de discussão. Épica, gigante, foi amor à primeira vista.

3. “Apartment Story”, The National

Mais um caso pessoal óbvio. Não seria, em circunstâncias normais, uma das minhas músicas favoritas… mas o que raio são circunstâncias normais? Os The National cresceram rapidamente por estes lados e decidiram ficar. Ou decidi eu, provavelmente. “Apartment Story” é agridoce, mas sobretudo doce, e esta música faz-me bem.

4. “Last Goodbye”, Jeff Buckley

O segundo clássico da lista. Jeff Buckley foi um dos principais motivos para me agarrar ao lado bom da música. Esta música não foi decididamente um caso isolado mas foi, desde o início, a que mais se destacou em Grace, o brilhante Grace.

5. “The Bleeding Heart Show”, The New Pornographers

É uma das canções com melhor fase final de sempre. Não consigo dizer muita coisa sobre ela… mas já há muito que roda por aqui com frequência e não dá sinais de enfraquecer (o vídeo, esse, é oficioso e feito por fãs, do tempo em que ainda não havia concursos para isso). O resto das músicas também não são nada de se deitar fora.

6. “Good Woman”, Cat Power

Digam o que disserem, não há voz como esta. E esta canção (aqui em mais um vídeo nada oficial), que tem ali a ajuda do Eddie Vedder a determinada altura, é das coisas mais bonitas que saíram da mente brilhante de Chan Marshall. Já a pessoa que fez o vídeo (adivinharam: oficioso), não digo que merecesse morrer… mas penso isso mesmo.

7. “Dirty Girl (Live at Town Hall)”, Eels

À sétima música, a coisa fica definitivamente polémica. Esta música chegou-me só este ano. Nunca a tinha ouvido antes, nesta versão ao vivo ou na original de estúdio. Por isso, pode ser que ainda esteja a fazer este julgamento completamente toldado pelo momento (que já dura há uns meses valentes). Mas não interessa (se quiserem, releiam o disclaimer). Outra coisa engraçada é ser especificamente esta versão, que é muito diferente da original. A original é uma peça de rock’n’roll bem catita mas não é material para as melhores canções de sempre. A versão ao vivo, de que já falei aqui, é.

Comece a discussão. Gostava de ver – mas só porque sou, de certa forma, obrigado a não quebrar a corrente (argh!) – se estaestaestaestaestaesta e esta pessoas têm alguma coisa a dizer sobre o assunto.

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