Arquivo de Spotify - Ouve-se https://ouve-se.com/tag/spotify/ Música que não sai da cabeça Mon, 26 Feb 2018 21:46:50 +0000 pt-PT hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.4 https://ouve-se.com/wp-content/uploads/2017/11/cropped-disc-vinyl-icon-95145-32x32.png Arquivo de Spotify - Ouve-se https://ouve-se.com/tag/spotify/ 32 32 Playlists temáticas, rádio e afins https://ouve-se.com/2013/11/playlists-tematicas-radio-e-afins/ Fri, 01 Nov 2013 21:22:31 +0000 https://ouve-se.com/?p=1594 Há uns tempos, vi no Spotify uma playlist com canções para ouvir durante o pôr do sol. E imediatamente a seguir a ter pensado “olha que boa ideia!”, vi que havia mais de 30 mil pessoas a seguir essa playlist, o que me levou a outro pensamento: “porquê?”. Não tenho uma resposta satisfatória mas, pelo …

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Há uns tempos, vi no Spotify uma playlist com canções para ouvir durante o pôr do sol. E imediatamente a seguir a ter pensado “olha que boa ideia!”, vi que havia mais de 30 mil pessoas a seguir essa playlist, o que me levou a outro pensamento: “porquê?”. Não tenho uma resposta satisfatória mas, pelo menos, acho que sei porque é que não a tenho.

Este tipo de playlists temáticas não é para mim, tal como a rádio não é para mim. A relação que tenho com a música exige de mim uma dedicação e uma proximidade que nunca conseguirei obter com playlists para o pôr do sol, para acompanhar o exercício físico ou para me fazer pensar na vida. Não quando são feitas por outros, pelo menos.

É também por isso que, apesar de ser extremamente conveniente, o YouTube nunca poderá ser, nos moldes atuais, a minha ferramenta de streaming de música por excelência – mesmo que seja definitivamente a mais popular do mundo. E isto também é válido para serviços como o TuneIn ou o Twitter #Music. Não lhes dei confiança nenhuma para me darem música. Quem são eles para me recomendarem o que quer que seja?

É por isso que o Last.fm é tão bom. E é por isso que o Discover do Spotify também se safa bem. Ambos diminuem fortemente a minha margem de risco ao ouvir música nova porque têm em conta os meus gostos e os meus hábitos. Sim, também tendem a tornar-me num tipo cada vez menos eclético, provavelmente, mas é por isso que continuo a ler sobre música diariamente e é por isso que aceito de bom grado as sugestões dos meus amigos. Checks and balances, pá.

Caso não tenham uma relação tão intensa (podem chamar-lhe obsessiva, se preferirem) com a música, acho sinceramente que aquelas playlists genéricas que me provocam comichão podem ser uma coisa boa para vocês. Por exemplo, agora que o outono parece ter chegado a sério a Portugal, deve haver imensas playlists dedicadas à estação por aí. Ou a novembro. Ou às folhas caídas, sei lá. O importante é que há muito por onde escolher. Vejam estas aplicações e sejam felizes para sempre.

Eu talvez morresse um bocadinho por dentro se tivesse de nadar nessas águas badalhocas durante mais do que uns minutos mas se a vossa relação com a música é menos obsessiva do que a minha, força. Não estou aqui para julgar ninguém.

O importante é descobrir boa música.

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Descobrir música por acaso https://ouve-se.com/2013/10/descobrir-musica-por-acaso/ Sun, 27 Oct 2013 21:44:52 +0000 https://ouve-se.com/?p=1606 No que a descobrir música diz respeito, tenho algumas técnicas mais ou menos bem definidas. Entre as várias ferramentas de descoberta que o Spotify disponibiliza, os artistas recomendados do Last.fm, as notícias e críticas dos principais sites de música e as recomendações feitas por amigos, acho que tenho uma rede bastante bem montada. Aliás, parece-me …

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ESmith

No que a descobrir música diz respeito, tenho algumas técnicas mais ou menos bem definidas. Entre as várias ferramentas de descoberta que o Spotify disponibiliza, os artistas recomendados do Last.fm, as notícias e críticas dos principais sites de música e as recomendações feitas por amigos, acho que tenho uma rede bastante bem montada. Aliás, parece-me seguro dizer que só não conheço mais música porque sou um tanto ou quanto preguiçoso e tendo a tornar os meus artistas e bandas preferidos em objetos de obsessão.

Há, no entanto, uma ferramenta de descoberta musical que normalmente não identifico enquanto tal: o acaso. Bem sei que chamar-lhe ferramenta pode ser abusivo, mas deixem-me explorar o tema.

Quantas das vossas bandas favoritas descobriram por acaso ou graças a uma série de coincidências? Eu tenho umas quantas e Eels e Low são, provavelmente, os dois exemplos mais gritantes – decidi um dia na Fnac que ia aventurar-me com bandas que não conhecesse e escolhi estas duas. O resto é história. Mas há mais e até os Radiohead entraram na minha vida um pouco pela porta das traseiras (salvo seja).

Esta semana aconteceu-me novamente. Com outros fatores à mistura, atenção… mas o acaso foi, de facto, a peça fundamental do puzzle. Já conhecia Elliott Smith e até já tinha um disco dele mas, por ocasião dos dez anos da sua morte, fui ouvir uma canção. Comentei qualquer sobre o assunto com a Sílvia, que é fã dele, e ela falou-me de mais duas ou três músicas. Até aqui, não tinha havido acaso nenhum. Mas até aqui também não tinha havido aquele clique. Até que, distraído pelo trabalho, deixei o Spotify a tocar a lista de músicas que apareciam na pesquisa e, a determinada altura, começou “Roman Candle”.

E pronto. Foi como uma epifania… mas deixo isso para outra altura.

Estou certo de que veem nisto pouca influência do acaso. Mas posso garantir-vos que foi graças a ele e àquela espécie de distração que Elliott Smith me agarrou. Tal como tinha acontecido antes com Eels, Low e Life Without Buildings.

Eu sei que sou um tipo relativamente pessimista mas… já pensaram na quantidade de música perfeita para vocês com que nunca se cruzarão por mero acaso? Só me vem à cabeça a citação de José de Almada Negreiros acerca dos livros (mas bem podia ser sobre música) que surge em grande destaque na estação de metro do Saldanha, em Lisboa:

“Deve haver certamente outras maneiras de uma pessoa se salvar, senão… estou perdido.”

Pois.

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Google Play Music: uma alternativa ao Spotify? https://ouve-se.com/2013/08/google-play-music-uma-alternativa-ao-spotify/ Thu, 22 Aug 2013 12:23:22 +0000 https://ouve-se.com/?p=1541 Nos dias que correm, parece que não escrevemos sobre outra coisa mas não podia deixar passar em branco a chegada do Google Play Music All Access a Portugal, apesar de já terem passado duas semanas. A Google decidiu passar a oferecer o seu serviço de música numa série de países europeus, incluindo o nosso. O serviço está disponível em …

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Nos dias que correm, parece que não escrevemos sobre outra coisa mas não podia deixar passar em branco a chegada do Google Play Music All Access a Portugal, apesar de já terem passado duas semanas.

A Google decidiu passar a oferecer o seu serviço de música numa série de países europeus, incluindo o nosso. O serviço está disponível em dois modelos, um gratuito e um pago.

Funcionalidades

O serviço gratuito não inclui streaming mas permite que guardem a vossa própria música (até 20 mil faixas) na cloud, tornando-a acessível a partir de qualquer ponto caso tenham um computador à frente ou, em alternativa, um telemóvel ou tablet Android (ainda não existe aplicação para iOS ou qualquer outra plataforma móvel), tudo isto sem publicidade (OK, sem publicidade diretamente no serviço mas… tudo aquilo que ouvirem será usado para vos ser direcionada publicidade noutros serviços Google, está bem?). Outra coisa que o serviço gratuito permite é, imagine-se, aceder à loja Google Play para comprar música.

O serviço pago, que custa €7,99 por mês para quem se registar até 15 de setembro (a partir dessa altura, custará €9,99 por mês), além de todas as coisas incluídas no serviço gratuito, permite ouvir milhões de músicas em streaming, criar rádios personalizadas e obter recomendações inteligentes com base nos gostos do utilizador. Basicamente, é um serviço de streaming normal.

Google Play Music vs. Spotify

É alternativa ao Spotify? Talvez, se tiverem algo inultrapassável contra o Spotify.

É tão bom ou melhor que o Spotify? Decididamente não.

A possibilidade de guardar 20 mil músicas na cloud (um serviço que a Apple disponibiliza por €25 por ano com o iTunes Match) é extremamente atrativa, sobretudo porque não é paga. De resto, no entanto, não há nada que torne o Google Play Music All Access melhor.

O Spotify, além de aplicações disponíveis em várias plataformas móveis (utilizáveis apenas por subscritores premium), tem aquilo que para mim é ainda a sua grande vantagem sobre todos os outros serviços: as aplicações dentro da aplicação para Mac e PC. Last.fm, Pitchfork, TuneWiki, Billboard, Shuffler.fm, Rolling Stone, SoundTracking e inúmeras aplicações para descobrir música nova são apenas alguns exemplos de como o Spotify é extensível e adaptável àquilo que são os nossos padrões de consumo de música.

Problemas no Googleplex?

O Google Play Music All Access não tem nada disso. Aliás, este serviço é apenas mais um dos serviços lançados nos últimos anos pela Google que não traz qualquer tipo de inovação relevante (Google Wave, Google Buzz, Google Plus…). É uma tendência preocupante para o gigante da Web. Não tão preocupante como algumas notícias que por aí têm surgido nos últimos meses mas… ainda assim, preocupante.

Concluindo: para já, fico-me pelo Spotify.

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Sair ou não do Spotify, eis a questão https://ouve-se.com/2013/07/sair-ou-nao-do-spotify-eis-a-questao/ Tue, 30 Jul 2013 12:16:19 +0000 https://ouve-se.com/?p=1539 Muito se tem falado nas últimas semanas da relação entre o Spotify e os novos artistas, a propósito da decisão tomada por Thom Yorke e Nigel Godrich de retirarem The Eraser, AMOK e Ultraísta do conhecido serviço de streaming. O vocalista e o produtor dos Radiohead, agora juntos também nos Atoms For Peace, decidiram seguir este caminho porque os novos artistas, segundo eles, não recebem dinheiro …

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Muito se tem falado nas últimas semanas da relação entre o Spotify e os novos artistas, a propósito da decisão tomada por Thom Yorke e Nigel Godrich de retirarem The EraserAMOK e Ultraísta do conhecido serviço de streaming. O vocalista e o produtor dos Radiohead, agora juntos também nos Atoms For Peace, decidiram seguir este caminho porque os novos artistas, segundo eles, não recebem dinheiro nenhum do Spotify.

Foi uma tomada de posição simbólica para chamar a atenção para algo de que se fala há já muito tempo e o Spotify respondeu como sabe – dizendo que já distribuiu mais de 500 milhões de dólares pelos detentores de músicas disponíveis no serviço. O que Thom Yorke, Nigel Godrich, Four Tet e mais uns quantos argumentam é que a maior parte desse dinheiro vai parar às mãos das grandes editoras, que terão alegadamente acordos especiais com o Spotify para obter melhores pagamentos por reprodução. Além disso, as grandes editoras têm, também, grande parte do catálogo mais relevante (como é óbvio), o que faz com que sejam as principais beneficiadas pelo Spotify.

Posto isto, importa dizer que Thom Yorke não retirou o catálogo dos Radiohead da plataforma… porque o catálogo dos Radiohead é detido pela EMI, que faz o que muito bem lhe entender com os seis primeiros álbuns da banda britânica. Confesso que não percebo porque é que os dois últimos lá estão… mas enfim, é secundário.

Parece-me óbvio que os motivos apresentados por Thom Yorke são razoáveis. Mas parece-me igualmente óbvio que, para um verdadeiro novo artista (e não um artista estabelecido com uma nova banda), há outras variáveis que é preciso ter em conta. Além do pagamento, isto é. Evan Abeele, guitarrista dos Memoryhouse, apresenta uma outra perspetiva: a de que, para uma banda tão pequena como a dele, é fundamental estar em todo o lado num instante. E faz sentido. Ouvem falar dos Memoryhouse, têm uma conta no Spotify, pesquisam e… nada. O que fazem a seguir? Das duas, uma: ou ouviram mesmo falar muito bem e vão tentar descobri-los noutro lado qualquer, ou então seguem para a próxima recomendação. Não digo que seja um mundo espetacular, este em que os artistas têm de dar tudo e depois mais um bocadinho para conseguirem ser ouvidos. Mas é o que temos. E ouvir falar de uma banda pode ser o primeiro passo para querer vê-la ao vivo.

Thom Yorke faz bem em lutar por outras condições para ele e para outros – e se há pessoa que pode fazê-lo, é ele, no seu equilíbrio perfeito entre reputação e dimensão. Mas não resolve nada. Faz o que fez – chamar a atenção para o problema. Mas os consumidores não vão deixar de usar o Spotify por causa disso. Eu sei que eu não vou fazê-lo, pelo menos. Mas pronto, eu continuo a comprar os discos desta gente toda, portanto também não sou o melhor exemplo.

O Spotify tem um serviço fantástico. Tem falhas, claro, mas oferece imenso valor aos fãs de música por muito pouco dinheiro. E isto é algo que não está a ser tido em conta por Thom Yorke e Nigel Godrich, infelizmente. Se todos fizessem o mesmo que eles, talvez o Spotify fosse obrigado a mexer-se. Mas será que o suposto poder negocial ganho com uma ação destas compensaria a perda de exposição que daí adviria? Duvido. Para os Atoms For Peace… é indiferente. Para um novo artista, sinceramente, não acredito.

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O Spotify chegou a Portugal https://ouve-se.com/2013/02/o-spotify-chegou-a-portugal/ Mon, 11 Feb 2013 11:55:48 +0000 https://ouve-se.com/?p=407 A partir de hoje, aquilo de que se falava desde o final do ano é oficial: o Spotify está disponível no território português. As aplicações para smartphones iOS e Android também já estão disponíveis (mas só serão úteis a quem pagar €10€6,99 (megapreço!) por mês pela subscrição premium). A publicidade, essa, está lá. Para já, claramente apontada ao público britânico (British Gas, …

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A partir de hoje, aquilo de que se falava desde o final do ano é oficial: o Spotify está disponível no território português.

As aplicações para smartphones iOS e Android também já estão disponíveis (mas só serão úteis a quem pagar €10€6,99 (megapreço!) por mês pela subscrição premium). A publicidade, essa, está lá. Para já, claramente apontada ao público britânico (British Gas, baby!)… mas vamos ver como é o serviço recebido pelas marcas portuguesas.

Quanto à música, bem… está lá muita coisa. Sinto-me um bocadinho assoberbado, confesso.

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Aderir ou não ao Spotify? https://ouve-se.com/2013/01/aderir-ou-nao-ao-spotify/ Thu, 24 Jan 2013 12:00:26 +0000 https://ouve-se.com/?p=414 O Spotify é a melhor coisa do mundo. Mas também é a pior coisa do mundo. Quando chegar a Portugal – e o Davide Pinheiro diz que confirmou que chegará ainda no início do ano, apesar de ainda não haver confirmação oficial -, vai deixar-me com uma dor de cabeça de todo o tamanho: pagar ou não pagar? O streaming …

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Spotify é a melhor coisa do mundo. Mas também é a pior coisa do mundo. Quando chegar a Portugal – e o Davide Pinheiro diz que confirmou que chegará ainda no início do ano, apesar de ainda não haver confirmação oficial -, vai deixar-me com uma dor de cabeça de todo o tamanho: pagar ou não pagar?

O streaming enquanto modelo de negócio para a música tem evoluído muito lentamente nos últimos anos e as dúvidas relativamente à sustentabilidade do Spotify parecem-me ser relativamente sensatas. No entanto, este modelo continua a ser o que mais promete para os principais interessados – artistas e fãs. E o Spotify não é a única opção no mercado – Grooveshark e Rdio são duas boas alternativas e já estão disponíveis em Portugal, bem como o português Myway – mas é claramente a melhor.

O Grooveshark depende muito dos uploads feitos pelos utilizadores, o que se reflete num catálogo muito completo mas também numa desorganização crónica e em algumas limitações derivadas desta organização. Além disso, está a ser processado por este mundo e o outro. Mas há um lado positivo: é gratuito e não interrompe as nossas playlists com publicidade.

Já o Rdio tem uma desvantagem que dificulta muito a adesão ao serviço: não tem um nível de subscrição grátis mas apenas um período de experimentação muito limitado. Além disso, quando comparado com o Spotify, apresenta-se como uma alternativa bastante mais limitada ao nível da interação com outros serviços e aplicações.

Mas se calhar é melhor falar um bocado do Spotify, não?

Entrar no Spotify provoca uma sensação estranha, sobretudo ao início. O “não sei o que me apetece ouvir” pode rapidamente transformar-se num drama de proporções épicas por causa da dimensão do catálogo – com mais de 20 milhões de canções – mas não desesperem.

Porque é que o Spotify é a melhor coisa do mundo? Primeiro, porque me permite ouvir basicamente quase toda a música que quero ouvir, claro. Depois, porque tem uma característica maravilhosa que o coloca bem acima da concorrência: as apps. Combinar o Spotify com o Last.fm, o Pitchfork, o SongKick, o SoundTracking, o Facebook, o Shuffler.fm (de que não sou grande fã, atenção), o Hype Machine, a Rolling Stone e o The Guardian, por exemplo, transforma uma experiência interessante numa coisa absolutamente viciante. O Pitchfork acabou de recomendar uma canção que me parece ser interessante? Deixa-me ouvir. O Last.fm diz-me que devo ouvir isto ou aquilo porque é parecido com aquela banda que eu estou sempre a ouvir? OK, vou ouvir o álbum. O Shuffler.fm recomenda isto e aquilo? OK, lá vou eu ouvir. E tudo isto a partir da aplicação que uso para ouvir música. É tudo muito simples, tudo muito fácil – descobrir nova música é tão fácil como ouvir a música que já conhecemos. O resultado? Horas e horas de felicidade, certamente.

Porque é que o Spotify é a pior coisa do mundo? Por dois motivos relativamente pessoais.

Porque facilita que tratemos a música como a maior parte de nós já a trata atualmente: um produto de consumo imediato e fugaz. E eu não gosto disto, mesmo que de vez em quando me comporte exatamente assim. Mas pronto, a inconveniência do formato físico apaixonou-me há muito tempo e não vai desaparecer, pelo que não tenho grande remédio.

O outro motivo prende-se com aspetos mais logísticos, por assim dizer, que podem gerar muita frustração. Pagar €5 (só desktop, sem anúncios nem interrupções) ou €10 (com aplicações para smartphones e tablets, bem como a possibilidade de fazer download de álbuns e playlists) para usar o Spotify, para mim, significa exclusividade – e quando faltar música, o que é que faço? Mais: com 1GB de tráfego disponível por mês na minha assinatura mensal do telemóvel, é virtualmente impossível usar o Spotify em todo o seu esplendor no telemóvel. Pelo que vejo, não é especialmente difícil arranjar planos com limites mais altos… mas ainda estão muito distantes do que é ideal. Isto é claramente um problema – não do Spotify mas de Portugal, claro.

Parece-me relativamente óbvio que vou aderir ao Spotify. Por €10 por mês e tendo em conta a quantidade de música que ouço, não vejo grandes motivos para não o fazer (mesmo tendo em conta as questões logísticas referidas no parágrafo anterior). Agora resta-me que chegue a Portugal.

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Um maravilhoso mundo novo para a música https://ouve-se.com/2011/01/um-maravilhoso-mundo-novo-para-a-musica/ Thu, 27 Jan 2011 15:03:02 +0000 https://ouve-se.com/?p=568 Este artigo foi publicado originalmente no blog do Upload Lisboa. Já todos sabemos o que aconteceu à indústria da música nos últimos 15 anos. A web deu-nos acesso a mais música, deu-nos a conhecer artistas que nunca chegariam aos nossos ouvidos de outra forma… mas também trouxe muitas dores de cabeça às editoras, sobretudo graças ao …

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Este artigo foi publicado originalmente no blog do Upload Lisboa.

Já todos sabemos o que aconteceu à indústria da música nos últimos 15 anos. A web deu-nos acesso a mais música, deu-nos a conhecer artistas que nunca chegariam aos nossos ouvidos de outra forma… mas também trouxe muitas dores de cabeça às editoras, sobretudo graças ao advento do P2P, já que, na altura, a indústria não estava especialmente atenta à Internet ou interessada em inovar.

Actualmente, são muito poucos os que ainda compram discos e a música é uma indústria em grande, grande mutação. A venda de música gravada cai a pique mas, ao mesmo tempo, ergue-se com grande genica a indústria dos concertos.

Mesmo que dia sim, dia não se anuncie a morte do CD, ainda ninguém sabe muito bem onde é que isto vai parar. A indústria discográfica aposta (com fracos resultados) no lobbying – em dez anos, a RIAA investiu 90 milhões de dólares em Washington – e continua a ignorar a verdadeira web. As editoras mudam as tácticas do marketing mas não compreendem o potencial de negócio que reside online. Por um lado, vemo-las todas modernaças a apostar no Facebook e afins para chegar às pessoas (nada contra); por outro, negócios por que todos esperamos (olá, Spotify) teimam em demorar a ganhar dimensão porque as editoras não estão muito viradas para aí.

A propósito do Spotify, um dos assuntos que mais se discute no mundo da música diz respeito aos serviços de subscrição, que são uma espécie de Santo Graal da indústria. O Spotify e o português MyWay são alguns exemplos deste tipo de serviços que disponibilizam gratuitamente (vá, com publicidade) milhões de músicas em streaming e que oferecem downloads ilimitados em troca de uma mensalidade. O grande obstáculo à adopção generalizada destes serviços reside nos valores a pagar às editoras por cada reprodução. O Spotify, um verdadeiro caso de sucesso no Reino Unido, continua a apresentar prejuízo e já tem as editoras à perna a pedirem para que os aqueles valores sejam renegociados (para cima, claro). Isto não parece razoável. Porque é que o Spotify ainda não chegou aos Estados Unidos, o maior mercado de música do mundo (e, portanto, uma boa solução em termos de escala)? Não faço ideia. É um verdadeiro mistério.

Entretanto, o YouTube é rei e senhor do streaming – há alguém que não o use para mostrar aquela música nova a um amigo? – e as editoras continuam a não ver o potencial de marketing desta e de outras plataformas. E porquê? Porque querem ganhar uns cêntimos sempre que cada música é reproduzida. Se é justo ou não, é outra questão. Mas eficiente não tem sido. A proverbial cloud ainda está por explorar.

Numa altura em que todos dizemos ao Facebook aquilo de que gostamos, é de estranhar que a indústria da música não aproveite convenientemente a quantidade de informação que estamos, enquanto utilizadores de redes sociais, dispostos a partilhar. Seja no Facebook (eu gosto dos Radiohead, do vídeo dos Wilco e do Optimus Alive, por exemplo) ou no Last.fm, que me recomenda coisas parecidas com o que eu mais ouço, que me mostra pessoas com gostos semelhantes aos meus e que já me trouxe muita felicidade. Dizemos demasiado sobre nós e quem mais tem a ganhar com isso, além de nós, são as editoras (tanto ao nível do marketing como do negócio propriamente dito). Mas não aproveitam. Vamos aproveitando nós como podemos.

Felizmente, alguns artistas já começaram a perceber que não é só com cartazes em taipais de obras e com singles na rádio que lá chegam. Há os casos clássicos dos Nine Inch Nails, dos Radiohead e dos OK Go. Mas há mais. O segredo é perceber que não é fácil, que não basta uma acção para mudar tudo e começar a vender música e a esgotar salas de concertos. Uma coisa é certa: precisam de dar prioridade aos fãs, já que são eles (nós) que vão dar a conhecer a banda ao resto do mundo. Nesse sentido, os Arcade Fire e, mais recentemente, os Broken Social Scene transmitiram concertos em directo no YouTube. Não é revolucionário, é certo, mas… os fãs adoram. E custa muito menos mantê-los do que arranjá-los novinhos em folha.

Fãs devotos fazem de tudo. No ano passado, por exemplo, alguns fãs brasileiros dos Belle & Sebastian angariaram 33 mil dólares para que a banda escocesa lá fosse tocar. Tudo através de um simples site e de uma forte divulgação no TwitterTalk about crowdfunding.

Nesta liga dos crowds, não há nenhum tão bem sucedido como o crowdsourcing. Os exemplos são muitos mas apetece-me partilhar um bem recente. A britânica Imogen Heap, que tem um longo historial de interacção com os fãs, pede-lhes agora que contribuam com sons para o seu próximo single.

E podia continuar por mais dez ou vinte parágrafos cheios de exemplos… mas ninguém quer isso.

É um bocadinho frustrante que esta troca (atenção e dinheiro por música e entretenimento) ainda não esteja muito bem oleada porque, convenhamos, há boas condições para isso. As editoras não se orientam e nós vamos ouvindo música como podemos. A verdade é que aguardo ansiosamente por uma maneira mais confortável de ouvir música do que o YouTube… talvez o URL seja a resposta.

Hoje em dia, temos acesso a artistas a que só muito dificilmente chegaríamos sem a web e sem recomendações dos amigos (e dos outros). As editoras andam aos papéis mas os promotores de concertos agradecem. Entretanto, vamos ouvindo e partilhando mais música do que nunca.

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URL: um formato universal para a música https://ouve-se.com/2011/01/url-um-formato-universal-para-a-musica/ Tue, 04 Jan 2011 15:11:33 +0000 https://ouve-se.com/?p=579 Jonathan Forster, do Spotify, diz em entrevista ao Guardian que prevê que o URL se transforme no formato universal para a música. A lógica é simples: em vez de termos os MP3 no computador e organizados numa biblioteca como a do iTunes, por exemplo, temos todas as músicas acessíveis através de links. Querem que o vosso amigo ouça aquela música nova de não sei …

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Jonathan Forster, do Spotify, diz em entrevista ao Guardian que prevê que o URL se transforme no formato universal para a música. A lógica é simples: em vez de termos os MP3 no computador e organizados numa biblioteca como a do iTunes, por exemplo, temos todas as músicas acessíveis através de links.

Querem que o vosso amigo ouça aquela música nova de não sei quem? Esqueçam o YouTube. Enviam o link da canção e, quando ele clica no URL, a canção começa a tocar. Simples, não?

De certa forma, é esta a proposta de valor do Spotify, portanto faz sentido que o general manager for Europe da empresa preveja a universalização. A verificar-se, o Spotify estaria na linha da frente a recolher os benefícios. Mas não deixa de ser interessante, claro. Toda a música disponível assim sem mais nem menos.

Isto levanta outras questões, nomeadamente a da desvalorização da música. Bem sei que, na sua previsão, Jonathan Forster não limita esta lógica do URL ao seu serviço de streaming por subscrição mas, se virmos bem, não há muitos outros caminhos (alguém vai pagar pelo stream de um álbum?). Assim, a questão da desvalorização da música faz sentido. Está toda lá, paga ou não. Se (quando?) chegarmos a este ponto, a música será oficialmente (sem debates sobre downloads legais e ilegais) uma commodity, algo de acesso universal, fácil e barato.

Enquanto pessoa absolutamente doente por música, isto custa-me um bocadinho. Mas acho que é mais uma coisa de velho do Restelo do que propriamente algo justificado. De qualquer forma, enquanto observador não vejo melhor caminho. Acesso universal à música, facilidade de partilha, mais e melhor música escutável a partir de um clique (sem tempos de espera para download)… Confesso que não me importo de viver num mundo assim.

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