Todos os anos é a mesma coisa. Há sempre alguma novidade antiga, alguma revelação, alguma epifania que me faz questionar os meus métodos de pesquisa de música. Em vez de resoluções para o novo ano, tenho resoluções de anos antigos. Este ano, pela ocasião do 10º aniversário da sua prematura morte, Elliott Smith entrou definitivamente na minha vida.
Aconteceu-me o mesmo que em anos anteriores e não sei porque é que não aprendo. O resultado é invariavelmente o mesmo todos os anos (e este ano não foi exceção): uma overdose de música de um artista ou de uma banda. Eu nem me posso queixar especialmente, que lido bastante bem com isso. Os meus amigos, no entanto, não podem dizer o mesmo.
Eu ouço as coisas demasiadas vezes. É que não é só ouvir Elliott Smith sem parar – é ouvir meia dúzia de canções dele. Portanto, aquilo que para mim é um processo de descoberta gradual – gosto muito de uma música, ouço-a até não poder mais… e só depois passo para a seguinte –, para as outras pessoas é só “porque raio é que não ouves outra coisa, Filipe?”. Cada um tem a sua cruz. Mas, como disse, não me posso queixar especialmente.
O top oficial de 2013 está publicado e não me envergonha. Mas há um top oficioso, um que não respeita datas de lançamento e não tem em conta nada mais senão aquilo que me chega aos ouvidos. E nada em 2013 me chegou tão bem aos ouvidos como a música de Elliott Smith.