Entrevista com Miguel Caetano, autor do Remixtures – parte 1

Há umas semanas, estava pelo Twitter e o Miguel Caetano colocou um ou dois posts sobre os seus álbuns favoritos de 2008. Achei curioso porque, no Remixtures, não costuma falar da música propriamente dita, mas de P2P, DRM e afins. Foi então que pensei numa entrevista com o Miguel que não envolvesse os temas habituais do Remixtures e ele aceitou. Este é o primeiro de dois posts com as respostas do Miguel às minhas perguntas. O segundo aparecerá por aqui lá para sexta-feira.

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Rock fresquinho

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Ouço falar dos The Stills há bastante tempo mas nunca ouvi um álbum deles. “Being Here” é o primeiro single de Oceans Will Rise, terceiro álbum da banda que está aí quase a sair, e não me incomoda muito. Agrada-me, até. Reparem que estou a arriscar… porque estou a sugerir-vos uma música que pode muito bem ser a única minimamente boa de toda uma carreira estéril e sem graça. Ainda assim, o rock para levar com vento na cara dos The Stills quase pede comparações perigosas a grandes monstros do pop/rock actual (U2? Coldplay? Ai Jesus!). É como digo: estou a arriscar. Só não estou a colocar a cabeça toda no cepo porque este disco vem com o selo da Arts & Crafts.

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Spiritualized: só agora é que me dei ao trabalho

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Spiritualized. O último álbum saiu em Maio deste ano e eu, feito parvo, só agora é que eu pego nele. Podia utilizar o facto de ter ouvido apenas parte de uma música no concerto que eles deram no Alive, mas não seria justo. Acho que foi mais preguiça do que outra coisa. Não volta a acontecer, prometo. Songs in A&E é um grande álbum e só não é mais do que isso porque tem seis interlúdios que o deixam em cacos na parte final.

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Revisitar

Há coisas em que não devemos ser excepção. Gostar de Liars é definitivamente uma delas. Seja pelo som mais directo de They Threw Us All in a Trench and Stuck a Monument on Top, o álbum de estreia, ou pelo experimentalismo de Drum’s Not Dead, ser do contra neste caso específico é muito pouco recomendável.

Eu tenho andado um pouco alheado deles nos últimos tempos, pelo menos desde que os encontrei em Barcelona. Quero ver se os revisito nos próximos dias.

E não há – acreditem – melhor música para reentrar no barco dos Liars do que “The Other Side of Mt. Heart Attack”, aqui numa versão ligeiramente mais consumível que a do álbum.

3 coisas em que as editoras não devem gastar dinheiro

As editoras têm vindo a perder receitas ao longo da última década. Uma das muitas razões para que isto aconteça é tão simplesmente o que fazem ao dinheiro. A adaptação das editoras ao mercado tem sido muito difícil mas parece que as coisas começam a estabilizar (que é como quem diz “estão a perder menos dinheiro”). No entanto, ainda há muito dinheiro mal gasto.

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A experiência [inserir nome da banda]

Há poucas editoras e artistas a pensar na experiência.

Reparem no seguinte cenário:

Na compra de uma edição limitada do último álbum da banda X e de uma t-shirt na loja oficial da banda, o comprador garante, após registo no site, o acesso a um evento restrito em que os elementos da banda falarão do novo álbum, responderão a perguntas da audiência e darão alguns autógrafos.

É uma ideia muito simples de um evento relativamente informal que envolve a banda, a editora, a criação de alguns mecanismos que possibilitem o bom funcionamento da iniciativa e, possivelmente, uma empresa de organização de eventos e uma produtora audiovisual (porque o site, a newsletter, o YouTube e as estações de TV também ajudam a difundir algumas coisas). Existem certamente outras hipóteses que envolvem mais entidades, maior originalidade e melhores resultados para todos, mas esta é só uma espécie de meet and greet com mais conteúdo, maior duração e interesse. A imaginação é o limite.

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Modernices

Mesmo que a música não fosse boa – e olhem que é -, creio que um único verso desta música dos Los Campesinos! bastaria para me conquistar:

I’ll be ctrl-alt-deleting your face with no reservation

Fiquem com o vídeo de “Death to Los Campesinos!”.

Já vem tarde

Ane Brun

Ane Brun já não é propriamente uma miúda. Não que seja muito velha – e não é, já que tem apenas 32 anos – mas porque já anda nestas coisas da música há uns anos valentes. Segundo a Wikipédia, só aprendeu a tocar guitarra aos 21 anos (começou tarde para o que é habitual) mas uns dois ou três anos depois já andava por Espanha a actuar na rua (tendo em conta que ela é norueguesa, é um facto relevante). Entretanto, lançou uns quantos álbuns, singles e EPs que me passaram completamente ao lado – não como em “não gostei” mas como em “não olhei para eles e dificilmente ouvi falar dela”.

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Como fazer uma mixtape 1 – destinatário

Mixtape

Este artigo faz parte da série Como fazer uma mixtape.

Há pelo menos um aspecto que antecede o momento em que decidem fazer uma mixtape: o destinatário. A este nível, há sobretudo duas hipóteses: estão a fazê-la para vocês ou para outra pessoa. Eu sei que há sempre a possibilidade de o estarem a fazer para uma viagem de amigos ou algo do género… mas vamos considerar colocar todas as coisas deste género na segunda hipótese, está bem?

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